O juiz Francisco Ney Gaíva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), determinou na última quarta-feira (25) que o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, envolvido na morte do advogado Renato Nery, em Cuiabá, seja transferido para a Ala 1, conhecida como ala evangélica, da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde ele está preso.
O pedido foi feito pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que argumentou que Alex Roberto estava sofrendo constrangimentos no Raio 8 da PCE, setor onde estão custodiadas diversas lideranças de organizações criminosas.
Além disso, segundo o documento, o Delegado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Caio Fernando Alvares de Albuquerque explicou que no inquérito policial as investigações em relação ao acusado já foram encerradas.
“Considerando o encerramento das investigações, o oferecimento da denúncia e a concordância
expressa do Ministério Público, entendo que não mais subsistem razões para manter o acusado em regime de isolamento no Raio 08 da Penitenciária Central do Estado”, disse o juiz na decisão.
Alex Roberto foi indiciado por homicídio duplamente qualificado no caso do assassinato do advogado Renato Nery, executado a tiros em julho de 2024, em Cuiabá. No crime premeditado, que envolve policiais militares, Alex, foi o executor. Ele aparece em imagens de câmeras de segurança fugindo de motocicleta após atirar contra Renato na porta do escritório, na Avenida Fernando Corrêa da Costa.
PMs envolvidos no acobertamento do crime
Além de Heron Teixeira, outros policiais militares estão presos por participação direta no assassinato. Dois ex-integrantes da Rotam são investigados por fornecer a arma usada no crime. A munição encontrada no corpo de Renato pertencia à corporação, e a polícia apura como esse material chegou aos autores.
Outros quatro policiais foram indiciados por fraude processual, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. Eles são suspeitos de simular um confronto armado para tentar desviar o foco da investigação.
Três policiais militares são apontados como intermediadores no crime: o cabo Jackson Pereira Barbosa, que teria entregado parte do valor combinado; o PM Ícaro Nathan Ferreira, responsável por repassar dinheiro e a arma utilizada na execução; e o próprio Heron, que organizou a ação e contratou Alex para atirar.
10 pessoas presas
Ao todo, 10 pessoas foram presas e são investigados pelo crime. Alex Roberto de Queiroz Silva como o executor dos disparos. No papel de intermediários, os policiais militares Heron Teixeira Pena Vieira, Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Nathan Ferreira.
A motivação do crime, segundo a investigação, reside em uma disputa de terras, tendo como mandantes o empresário Cesar Jorge Sechi e sua esposa, a empresária Julinere Goulart Bastos.
Outros quatro policiais militares estão presos: Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins. Estes policiais são investigados por suspeita de terem simulado um confronto policial com o intuito de ocultar a arma utilizada no crime, configurando tentativa de obstrução da justiça.
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