Este ano, durante a Expoagro, houve encontros e debates sobre agroindústria em Mato Grosso. O setor de produção no campo conduzindo debate sobre assunto que tem que estar na pauta agora e para o futuro. Agroindústria é o caminho do estado.
Aproveitar o momento de acumulo de capital, com a gigante produção no campo e ganhos nas exportações, para industrializar parte do que se produz. Não se vai industrializar toda soja, milho, algodão ou carne bovina produzida localmente, mas uma parte, cada dia mais crescente, tem que ser industrializada.
Sempre é bom lembrar o caso ocorrido em São Paulo com o café décadas atrás. Aquele estado, hoje o mais industrializado do país, tinha a agricultura, basicamente café, como sua base maior de riqueza e emprego. Aos poucos, com o acúmulo de capital da produção e exportação do café, que, mostra a história, foi investido na área da indústria.
MT pode e deve caminhar nessa direção também. Foi a produção no campo que fez que São Paulo fosse aumentando sua logística de transporte, com ênfase em ferrovias. Foram surgindo ferrovias para lugares diferente do estado e, além disso, o porto de Santos estava bem ali pertinho. MT não tem ainda esse tamanho logístico. Mas, mesmo assim, o que aqui se produz no campo ainda chega com preço adequado nos mercados compradores.
Tem números interessantes aparecendo já por agora nessa área industrial. O estado produziu quase sete bilhões de litros de etanol de milho, segundo o Imea, entre 2024 e 2025. Isso é 17% maior que a produção de etanol do ano anterior.
A coluna volta aos comentários de gentes que foram visitar os EUA no governo Maggi e que voltaram de lá falando em produzir etanol de milho, coisa já comum nos EUA. O caminho aqui era o etanol de cana-de-açúcar.
Hoje o estado é o segundo maior produtor de etanol do Brasil. Os incrédulos de antes não riem mais daquele comentário lá de trás. E, se aparecer uma espécie de etanolduto para levar esse produto para outros lugares do país? Deixando ilação como essa para outros momentos, volta-se ao mundo real.
A coluna não vai cansar de bater na tecla de que se deveria encontrar meios para industrializar também o algodão. O estado é o maior produtor do país e precisaria trabalhar mais nessa direção.
Outros lugares nem produzem algodão ou produzem muito pouco, como o Ceará, e tem uma robusta indústria nessa área. Aqui ainda engatinha. Quer mais choraminga nesse setor? E os seis milhões de couros bovinos anuais? Outra vertente para o futuro.
Falando em futuro, tem um vídeo correndo por aí de um ex-ministro, Aldo Rebelo, falando que MT deverá ser o estado mais industrializado do Brasil no futuro. Cita os casos já existentes em agroindústria e pontua que isso vai crescer muito mais ainda. É o que se espera.
Mas, enfim, a Expoagro também se rendeu ao chamamento para a agroindústria no estado, esse é o caminho para o futuro.
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