Entre janeiro e junho deste ano, a área queimada no Pantanal aumentou em 529%, isto é, foi mais de seis vezes maior do que a média do mesmo período dos anos anteriores, de acordo com dados do MapBiomas, divulgado nesta sexta-feira (12). Cerca de 468 mil hectares foram tomados pelo fogo.
O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta, que inunda de período em período historicamente. Nas últimas décadas, no entanto, o bioma foi o que mais secou, com redução de 61% de redução da superfície de água.
Os dados mostram uma redução da área alagada e do tempo de permanência da água no Pantanal. A pesquisa destaca que “os últimos meses de 2023 já apresentaram uma seca equivalente aos anos de 2020 e 2021, que foram os anos mais secos já observados desde 1985, além da superfície de água abaixo da média dos últimos 6 anos”.
Em 2024, a cheia esperada não chegou, e os incêndios começaram mais cedo que o previsto. Em apenas seis meses, 468.547 hectares do bioma foram atingidos pelo fogo — área maior que três vezes o município de São Paulo. Somente o mês de junho concentrou quase 80% da área queimada, a maior já registrada para o primeiro semestre do ano.
O monitoramento mostra que quase toda a área queimada ocorreu em áreas naturais, principalmente em formações campestres, que representaram 84% do total queimado.
No Pantanal, o Mato Grosso do Sul registrou a maior área queimada do Brasil em junho de 2024 (369 mil hectares). Mais de 80% das queimadas no estado foram no município de Corumbá (MS), com cerca de 300 mil hectares queimados.
Corumbá é o município com maior recorrência de queimadas, reincidência que preocupa os pesquisadores. O Pantanal queimou 8,9 milhões de hectares entre 1985 a 2023, o que correspondente a 59% do bioma. Destes, 7,2 milhões de hectares (73%) queimaram duas ou mais vezes.
A reincidência do fogo, em áreas de florestas já queimadas recentemente, agrava os danos e dificulta a recuperação do Pantanal, afirmam os cientistas.
No Brasil, as queimadas atingiram área equivalente ao estado de Rio de Janeiro neste ano — 4,48 milhões de hectares. Entre janeiro e junho, a área queimada é o dobro da registrada no mesmo período do ano passado. Entre todos os biomas, o Mato Grosso do Sul foi o terceiro estado com maior área afetada pelo fogo.
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