O conceito de “Novo Capitalismo” vem sendo cada vez mais debatido entre economistas e pensadores ao redor do mundo. Entre os autores mais influentes nesse cenário, destaca-se Thomas Piketty, cujo livro “O Capital no Século XXI” oferece uma análise detalhada sobre as desigualdades econômicas e a evolução do capital ao longo dos séculos.
O Novo Capitalismo propõe uma reconfiguração do papel das empresas e dos mercados na sociedade moderna. Em contraste com o capitalismo tradicional, que prioriza a maximização do lucro a curto prazo, o Novo Capitalismo incorpora uma visão mais abrangente de responsabilidade social, sustentabilidade e equidade econômica. Isso significa uma reinvenção dos objetivos empresariais, dando igual importância ao impacto social e ambiental positivo, além do retorno financeiro.
Na obra seminal de Thomas Piketty, ele argumenta que as desigualdades econômicas têm se acentuado nas últimas décadas, especialmente em países desenvolvidos. Piketty sugere que, sem intervenções significativas, essa tendência persiste, uma vez que a taxa de retorno sobre o capital geralmente supera a taxa de crescimento econômico. Essa dinâmica ameaça a democracia e o tecido social, pois concentra a riqueza nas mãos de uma minoria.
O Papel das Empresas no Combate à Desigualdade
Embora a redução das desigualdades deva ser uma função primária do governo, a realidade em países como o Brasil exige uma postura mais ativa das empresas. A ineficiência dos gastos públicos e a insuficiente alocação de recursos para atender às necessidades básicas são desafios constantes. Com uma baixa arrecadação per capita, muitas vezes cabe às empresas assumirem a liderança em iniciativas estruturadas de combate à desigualdade.
Por que as Empresas Devem Agir?
- Eficiência: As empresas tendem a ser mais ágeis e eficientes que o estado na implementação de programas sociais.
- Impacto Imediato: Iniciativas empresariais podem gerar um impacto social imediato e mensurável, contribuindo diretamente para a melhoria das condições de vida.
- Evitar Mais Tributos: Ao atuarem ativamente na redução de desigualdades, as empresas podem evitar a imposição de tributos adicionais, muitas vezes mal utilizados pelo ineficaz estado brasileiro.
Capitalismo Consciente: Uma Necessidade
O movimento Capitalismo Consciente, do qual faço parte como conselheiro na filial de Cuiabá – MT, está alinhado com os princípios de equidade e sustentabilidade. Este movimento defende que as empresas não sejam apenas geradoras de lucro, mas também agentes de bem-estar social. O Capitalismo Consciente busca equilibrar a geração de valor econômico com a criação de valor para a sociedade, promovendo práticas empresariais que são eticamente responsáveis e economicamente viáveis.
Princípios do Capitalismo Consciente
- · Propósito Maior: As empresas devem existir além do lucro, alimentando um propósito maior que beneficie a sociedade.
- · Liderança Consciente: Líderes devem ser conscientes de suas ações e decisões, promovendo uma visão inspiradora.
- · Cultura Inclusiva: Criar um ambiente que promova a diversidade e inclusão, permitindo que todos os stakeholders se beneficiem.
- · Integração de Stakeholders: Considerar o impacto das decisões não apenas nos acionistas, mas em todos os envolvidos, incluindo funcionários, clientes e a comunidade.
Um Futuro Compartilhado
A economia do Novo Capitalismo não é apenas uma utopia, mas uma necessidade urgente em um mundo cada vez mais interligado e desigual. Ao adotar os princípios do Capitalismo Consciente, podemos pavimentar o caminho para um futuro onde o crescimento econômico esteja aliado à justiça social e à sustentabilidade ambiental.
Essa visão integrada não só aborda os desafios contemporâneos, mas também estabelece uma base sólida para um mundo mais justo e equilibrado, onde valor econômico e social caminham juntos em benefício de todos.
MINI BIO DO COLUNISTA:
Gustavo de Oliveira – Top vaice LinkedIn. Empresário.
Comentarista de economia e negócio na Rede Mato-grossense de televisão.
Engenheiro. Palestrante em assuntos sobre economia, negócio e inovação.
Conselheiro do Capitalismo Consciente.