Antes de se tornarem ícones da música sertaneja, os irmãos José Lima Sobrinho e Durval de Lima buscavam um nome artístico que marcasse sua estreia no universo caipira.
Ainda crianças, quando começaram a cantar em programas de rádio no Paraná, receberam uma sugestão inusitada: adotar os nomes de dois pássaros brasileiros. Foi assim que nasceram Chitãozinho e Xororó — nomes que atravessariam décadas e se tornariam sinônimos da música sertaneja no Brasil.
A ideia teria partido de um radialista da época, que achou que os nomes soavam bem juntos, tinham um apelo popular e remetiam à natureza e ao campo — elementos presentes na identidade da dupla mirim. A sugestão pegou, e os irmãos nunca mais deixaram de usar os apelidos que remetem à fauna brasileira.
O chitãozinho, embora não designe uma espécie específica, é um nome usado regionalmente para se referir a pássaros pequenos e cantadores, como o coleirinho e o sabiá.
Já o chororó, que deu origem ao nome de Xororó, é um pássaro real: o chororó-do-banhado (Certhiaxis cinnamomeus), uma ave típica de regiões alagadas do Brasil, reconhecida pelo canto repetitivo e melancólico.
Ao longo dos anos, a escolha dos nomes revelou-se um acerto não só sonoro, mas simbólico. A dupla — que começou na infância cantando modas de viola — se consolidou como uma das mais importantes do país, atravessando gerações, modernizando o gênero e influenciando todo o movimento da música sertaneja universitária e contemporânea.
Mais do que apelidos, Chitãozinho e Xororó representam a fusão entre talento, raízes e identidade. Assim como os pássaros que os batizam, os irmãos sempre carregaram em sua música a leveza do campo, a força do canto e a conexão com a terra.
