Em 2023, o Brasil registrou 105 assassinatos de pessoas trans, uma redução de 14 casos em relação ao ano anterior.
No entanto, o país continua liderando globalmente as taxas de homicídios dessa população pelo 17º ano consecutivo.
O Dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil, lançado pela Rede Trans Brasil, revela dados alarmantes sobre a violência contra esse grupo, sendo 93,3% das vítimas mulheres trans ou travestis, frequentemente alvo de preconceito e violência estrutural.
-
Morre mulher trans queimada com gasolina no portão de casa
A região Centro-Oeste, que representa 12,6% desses assassinatos, ilustra a gravidade da situação em todo o Brasil. Os crimes são especialmente preocupantes entre jovens, trabalhadoras sexuais e pessoas racializadas.
A falta de políticas públicas adequadas e a abordagem insuficiente das forças de segurança destacam a necessidade urgente de ações afirmativas para proteger e garantir a dignidade das pessoas trans.
Isabella Santorinne, da Rede Trans Brasil, aponta que o Brasil, maior consumidor de pornografia trans, também é o que mais mata pessoas trans.
Isso evidencia a desconexão entre o desejo e a aceitação, reforçando a necessidade de promover uma cultura de respeito e inclusão nas questões de gênero e sexualidade.
Ranking
Apenas a América Latina e o Caribe reúnem cerca de 70% dos casos, um total de 255.
O Brasil lidera o ranking com 106 mortes notificadas no período considerado. Em seguida, estão México (71), Colômbia (25), Equador (14), Honduras (6), Argentina (6), Guatemala (5), Venezuela (4), Cuba (3), Panamá (3), Peru (2), Bolívia (2), Nicarágua (2), Uruguai (1), Porto Rico (1), Chile (1), Guiana (1), Trindade e Tobago (1) e República Dominicana (1).