A velhice de ontem e de hoje

A velhice não é uma doença, é uma idade como qualquer outra idade. Há jovens doentes e jovens sadios; há idosos doentes e idosos sadios. A diferença está não apenas na quantidade de anos, mas também na velocidade dos passos. É certo que as enfermidades são menos generosas, bem mais agressivas com os idosos, que já não têm mais a mesma imunidade da juventude.

O idoso é o jovem que perdeu agilidade, perdeu força e resistência às doenças, mas ganhou sabedoria e experiência. É bem verdade que a velhice chega com uma variedade de transformações em andamento, transformações essas que atingem tanto o físico quanto as emoções.

Surgem as limitações para uma série de atividades, que antes eram realizadas sem qualquer restrição e isso, com certeza, mexe com o lado emocional de todos os idosos, um pouco menos com uns e um pouco mais com outros.

De qualquer forma, a visão do idoso em relação à vida de hoje é diferente da visão do idoso que viveu no século passado. A sociedade mudou, a visão e a percepção acompanharam a mudança social. Antigamente a velhice significava sabedoria e merecia respeito.

A experiência da pessoa idosa era valorizada pelos mais jovens, que tendiam a seguir seus exemplos e seus conselhos, ou pelo menos pretendiam fazê-lo, para evitar erros que, porventura, o velho sábio e experiente tivesse cometido no passado. O idoso transmitia as tradições e cultura da infância e juventude de sua época e isso tinha uma escuta ativa e atenciosa daqueles de menos idade.

Dentre os aspectos negativos do passado estava a precariedade dos serviços de saúde e dos conhecimentos médicos da época. Isso propiciava com frequência alguma limitação física e psíquica mais precoce e a expectativa de vida era muito menor, poucas pessoas chegavam à idade superior aos 60 anos. Além disso, era clara a discriminação aos idosos com problemas motores ou cognitivos, quando comumente recebiam a denominação de “velhos caducos”.

Hoje as coisas são diferentes e os lados positivos e negativos convivem com o idoso. O maior isolamento social, que persegue o jovem desde a infância e que faz parte da sua rotina ao longo da vida, priva o idoso do relacionamento face a face, obrigando-o a aderir ao mundo digital, que não faz parte do seu desenvolvimento, para desfrutar de alguma atenção.

As pessoas de hoje desprendem-se mais da responsabilidade de cuidados, evitam filhos, assim como evitam os pais e avós. Crianças e idosos são muitas vezes negligenciados e substituídos por uma vida moderna de egoísmo em que cada um se basta no seu próprio espaço.

Por outro lado, o idoso foi se tornando cada vez mais independente. São pessoas ativas, que mostram mais vitalidade e sede de novos conhecimentos. Mesmo aposentados, muitos trabalham até mais tarde, tanto em atividades remuneradas como em serviços voluntários e, com isso, diminuem os estigmas em relação à velhice.

É certo que os idosos hoje têm mais acesso à saúde e benefícios com o desenvolvimento da medicina, o que lhe proporciona maior expectativa de vida, em bom estado geral de saúde, com autonomia para as atividades simples e complexas da vida diária.

Por outro lado, o maior tempo de vida vem consequentemente com mais perdas de amigos, familiares e do próprio cônjuge, sua principal, e muitas vezes única, companhia. Portanto seus últimos anos podem ser de uma vida solitária com maior risco para as doenças mentais.

A depressão é muito comum na terceira idade, fora os problemas demenciais que terminam isolando ainda mais o idoso, que passa aos cuidados de profissionais treinados, em casa ou em instituições destinadas a esta faixa etária.

Dar apoio ao idoso, valorizá-lo, reconhecer sua experiência e ensinamentos, admiti-lo no trabalho junto com os mais jovens, somando conhecimentos, criar projetos sociais que propiciem a inclusão do idoso é favorecer o envelhecimento sadio e justo com aquele que teve grande responsabilidade na formação do caráter de cada um que o sucede.



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