Carreatas de agricultores franceses partiram, neste domingo (5), para tentar bloquear as estradas ao redor da capital Paris em protesto contra o que eles dizem ser a concorrência desleal do exterior e regulamentação excessiva.
Os fazendeiros da França, o país que lidera a produção agrícola da União Europeia, encabeçaram protestos em toda a Europa no início de 2024, mas as manifestações perderam força com o passar do ano.
No entanto, a iniciativa tomada no mês passado pela União Europeia e pelos países sul-americanos do Mercosul para anunciar a conclusão das negociações de um acordo de livre comércio deu novo impulso aos agricultores franceses que se opõem ao pacto.
Os franceses seguem descontentes com a regulamentação que, segundo eles, está afetando seus lucros.
Representantes do sindicato agrícola devem se reunir com o primeiro-ministro francês Francois Bayrou em 13 de janeiro para expressar suas preocupações.
“Eles não entendem o nível de miséria e angústia que os agricultores estão passando no momento”, disse Amelie Rebiere, vice-presidente do sindicato agrícola Co-ordination Rurale, à BFM TV, afiliada da CNN no país.
Aqueles que apoiam o acordo do Mercosul com a UE, como a Alemanha, dizem que ele oferece uma maneira de reduzir a dependência do comércio com a China e isola as nações da UE do impacto das tarifas comerciais ameaçadas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
No entanto, muitos agricultores europeus — muitas vezes liderados pelos franceses — protestaram repetidamente contra o acordo UE-Mercosul, argumentando que ele levaria a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não atendem aos padrões de segurança da UE.
