Acusado de participar do duplo homicídio dos líderes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”, e Fabiano Alves de Sousa, o “Paca”, Tiago Lourenço de Sá de Lima será levado a júri popular.
A decisão foi tomada pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), nesta quarta-feira (12). O homicídio, ocorrido em fevereiro de 2018 em uma reserva indígena em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará, resultou na morte de dois traficantes de grande poder dentro da facção criminosa paulista.
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, eram foragidos da Justiça de São Paulo e, segundo as investigações, lideravam a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), ambos foram vítimas de uma emboscada enquanto viajavam de helicóptero.
No documento, o TJCE aponta que um dos envolvidos no plano criminoso sugeriu que a aeronave pousasse para reabastecimento. O crime, orquestrado por membros da própria organização, levou à retirada de Rogério e Fabiano do helicóptero, onde foram executados a tiros em uma área de pouso.
Segundo a denúncia, Tiago Lourenço foi um dos responsáveis pelos disparos. Os corpos das vítimas foram encontrados parcialmente queimados no dia seguinte, em 16 de fevereiro de 2018. A motivação do assassinato estaria relacionada a disputas internas pelo controle do tráfico de drogas.
Mais envolvidos
O caso já envolve dez acusados, com sete deles pronunciados até o momento. Além de Tiago Lourenço, outros réus, como André Luis da Costa Lopes, Erick Machado dos Santos, e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, também tiveram a pronúncia mantida pela Justiça. No entanto, alguns recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o caso segue tramitando.
O processo, com mais de 9 mil páginas e que tem se arrastado desde 2018, envolvendo diversas decisões e recursos, precisou ser desmembrado para garantir celeridade ao julgamento.
Outras movimentações processuais incluem a impronúncia de Gilberto Aparecido dos Santos, que foi afastado do caso após decisão do STJ, e a suspensão do processo contra Renato Oliveira Mota, que está foragido.
Com os recursos sendo esgotados, a Justiça deve em breve definir as datas para os julgamentos dos réus envolvidos no homicídio de “Gegê do Mangue” e “Paca”.
