O adolescente de 17 anos que assassinou o professor universitário Roberto Figueiredo disse à polícia que cometeu o crime em meio a uma briga pelo pagamento de R$ 200. À polícia, o rapaz ainda contou que estava se relacionando com o professor há cinco meses.
A tranquilidade com que o adolescente confessou o crime chamou a atenção dos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, durante a prisão, na tarde desta sexta-feira (13), conforme explica o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva.
O garoto foi capturado no Bairro Caiobá depois que policiais flagraram um amigo do suspeito conduzindo o Jeep Renegade da vítima.
“Assim que ele é localizado, ele confessa prontamente o crime de uma maneira bastante fria. Ele confessa que mantinha uma relação íntima com o professor há algum tempo, cinco meses, e teve um desacerto com ele. Ele alega que tinha que receber uma quantia do professor e não recebeu, eles entraram em luta corporal e ele ameaça o professor com uma faca. Em determinado momento, o suspeito atinge um copo na cabeça do professor que desmaia e, com uma facada fatal, apenas uma facada fatal, ele acerta o pescoço da vítima que vem a óbito”.
Comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva.
Após assassinar o professor dentro da casa da vítima, no Jardim São Francisco, o adolescente fugiu levando o veículo, os cartões de crédito, uma televisão, o celular e o notebook da vítima. Tudo foi trocado por drogas em “bocas de fumo” de Campo Grande.
O garoto contou com a ajuda de uma mulher e do amigo, preso com o veículo, para trocar os eletrônicos por entorpecentes. O segundo suspeito segue preso e deve responder pelo crime de receptação. Já o adolescente foi autuado por latrocínio. Ele vai completar 18 anos no próximo dia 30 de dezembro.
Perda na cultura de MS.
Graduado em História, Roberto era docente da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) desde 1982 e do Colégio Salesiano Dom Bosco de Campo Grande.
Na UCDB, além de exercer seu papel como educador, coordenava a Área de Cultura e Arte da Pró-Reitoria de Pastoral e Assuntos Comunitários e dirigia com maestria o grupo teatral Senta que o Leão é Manso, marcando profundamente o cenário artístico local.
Entre seus feitos notáveis, dirigiu a adaptação de Marcelo Picolli para o clássico de William Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão, reafirmando sua paixão pelo teatro e seu compromisso com a arte.
Roberto também foi membro atuante do Conselho de Patrimônio do Município e, como gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), foi responsável por importantes processos de preservação de diversos patrimônios históricos, deixando um legado de respeito às memórias culturais do estado.
Em nota, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul lamentou a perda. “Sua dedicação à educação, às artes e à valorização do patrimônio histórico inspirou gerações e será lembrada com profunda gratidão por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com ele”.