Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito de 22 anos, preso com o veículo do professor Roberto Figueiredo, de 68 anos, revelou o que teria ouvido do assassino confesso da vítima, um garoto de 17 anos, logo após o crime.
O adolescente teria premeditado o assassinato desde que começou a se relacionar com a vítima há cerca de três meses, afirmou o suspeito à delegada Joilce Ramos, plantonista da Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Integrado de Polícia), que interrogou o rapaz.
“O adolescente criou um álibi, criou uma história para dizer que foi uma briga, que não foi intencional, que não foi pensado, mas foi sim premeditado. Ele disse que o adolescente falou para ele que já fazia uns três meses que estava mantendo relação sexual com a vítima e estava planejando e esperando o melhor momento para praticar o crime”.
Delegada Joilce Ramos.
O adolescente ainda teria se vangloriado pelo crime.
“Ele estava comemorando o tempo todo, dizendo que foi um sucesso, que ele conseguiu da forma como ele queria e conseguiu ficar com os bens da vítima”, completou a delegada.
Os detalhes do crime teriam sido revelados pelo adolescente em uma lanchonete onde os dois suspeitos se encontraram após o crime.
“Segundo este suspeito, eles nem se conheciam. O rapaz de 22 anos afirma que estava em uma conveniência bebendo e o adolescente chegou, convidou ele para beber, ofereceu droga de graça e ele aceitou. Na conveniência, mesmo, o adolescente já teria começado a dizer que havia matado uma pessoa, que tinha se dado muito bem, que estava com o veículo dela, e que tinha trocado televisão e notebook por droga”.
Delegada Joilce Ramos.
O jovem de 22 anos decidiu ficar com o veículo Jeep da vítima depois que o adolescente teria fugido. O suspeito arrancou a placa do Renegade para dificultar a identificação, mas acabou sendo preso por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar no bairro Aero Rancho.
Como ele já tinha passagens por receptação e furto, Joilce pediu a conversão da prisão em flagrante do suspeito para preventiva. Ele vai responder pelos crimes de receptação e adulteração de veículo.
A Polícia Civil ainda tenta identificar outros dois suspeitos, um homem e uma mulher, que também foram vistos com o adolescente enquanto ele gastava o dinheiro fruto do crime.
Já o adolescente foi apreendido por latrocínio – roubo seguido de morte – e aguarda transferência para a Unei (Unidade Educacional de Internação). Após ser preso pelo choque, o adolescente confessou que matou Roberto Figueiredo com uma facada no pescoço depois que ele se negou a dá-lo R$ 200.
O corpo de Roberto Figueiredo será velado a partir das 22h desta sexta-feira na paróquia da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). O sepultamento acontece na manhã deste sábado (14) e será reservado apenas para a família.