Um grupo de quatro advogados entrou com um pedido de extensão de habeas corpus para impedir a prisão do cantor Gusttavo Lima. O pedido da banca coordenada pelo advogado Nelson Wilians foi protocolado às 20h42 no gabinete do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, o mesmo que mandou soltar a advogada e influencer Deolane Bezerra e outros 16 presos da Operação Integration.
O pedido obtido pela CNN foi feito com intuito de entender a decisão que já havia beneficiado Darwin Henrique da Silva, dono da plataforma “Caminho da Sorte” e do seu filho Darwin Henrique da Silva Filho, dono do site de apostas “Esportes da Sorte”.
Os advogados solicitam que a prisão preventiva seja revogada “para que [Gusttavo Lima] continue cumprindo com sua agenda de cantor, com diversos contratos celebrados” e que “não lhe seja fixada qualquer medida cautelar alternativa à prisão”.
Isso incluiria, por exemplo, o cancelamento da suspensão do passaporte do cantor, que está em Miami, além da anulação de um eventual pedido de inclusão na lista de procurados pela Interpol, o que poderia acarretar numa eventual extradição dos Estados Unidos.
O pedido da banca de advogados ainda explora as divergências entre Polícia Civil e Ministério Público. Isso porque, ao determinar a prisão do cantor, a juíza Andréa Calado da Cruz atendeu à polícia e rejeitou os argumentos do MP-PE.
“O Ministério Público, como muito bem ponderado por Vossa Excelência, sequer se mostrou convicto no oferecimento da denúncia dos investigados, incluindo o peticionário”, destacam os advogados.
Procurados pela CNN, tanto o Ministério Público de Pernambuco quanto a Polícia Civil do estado não quiseram comentar os detalhes da investigação alegando sigilo.
Depois da publicação da reportagem, os advogados Delmiro Dantas Campos Neto, Matteus Macedo e Cláudio Bessas – este último que já representa Gusttavo Lima – afirmaram à CNN que a banca de Nelson Willians não representa o cantor e não tem procuração para tal.
De fato, não há procuração de Gusttavo Lima delegando a representação a Nelson Willians. No entanto, os habeas corpus não precisam de procuração.
A banca de Bessas chegou a pedir, inclusive, a desconsideração do habeas corpus apresentado pela banca de Willians. A procuração apresentada pela banca de Bessas assinada pelo cantor é de 4 de setembro, data anterior ao pedido de prisão.
Caberá ao cantor Gusttavo Lima, no prazo de 15 dias, segundo a lei, informar oficialmente quem o representa.