A proximidade da Páscoa tem exposto um cenário de alerta para o setor de chocolates. O aumento acumulado de cerca de 180% no preço do cacau nos últimos dois anos, impulsionado por problemas climáticos e quebra de safra nos principais países produtores, tem pressionado toda a cadeia produtiva.
O impacto já é sentido tanto no varejo quanto no atacado, com ovos de Páscoa ultrapassando os R$ 70 mesmo em redes populares.
Empreendedores de pequeno porte têm enfrentado dificuldades para manter os preços competitivos.
Muitos recorrem à pesquisa constante por fornecedores e à diversificação de produtos como estratégia para equilibrar os custos. A data, considerada a mais lucrativa do ano para os chocolateiros, deve ter redução de cerca de 20% na produção total de ovos em comparação com anos anteriores.
De acordo com a Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a instabilidade no setor deve continuar ao longo desta temporada.
O principal produtor mundial, a Costa do Marfim, ainda sofre os efeitos de ondas de calor e períodos prolongados de seca, o que compromete o desenvolvimento das plantações e reduz a oferta da matéria-prima.
O segundo maior produtor, Gana, apresenta sinais de recuperação, com previsão de colheita mais favorável, o que pode ajudar a reequilibrar parcialmente o mercado.
No Brasil, a expectativa é de retomada no crescimento da safra após anos consecutivos de queda. Atualmente, o país ocupa a sexta posição no ranking global de produção de cacau, com uma média anual de 300 mil toneladas, sendo mais de 90% concentradas nos estados do Pará e da Bahia.
A CNA destaca, no entanto, que a volatilidade nos preços e a instabilidade da oferta ainda afetam toda a cadeia, desde a produção das amêndoas até as indústrias moageiras e de derivados. O cenário é de incerteza quanto ao comportamento da demanda e aos preços finais ao consumidor.
Há otimismo em relação ao aumento da produção nacional nos próximos anos, impulsionado por investimentos em áreas não tradicionais, como o cerrado baiano e o norte de Minas Gerais, onde o cultivo é feito a pleno sol, com irrigação e tecnologias modernas.
A tendência também é de expansão no processamento do cacau no país, o que pode agregar valor aos produtos e fortalecer o setor no mercado interno e nas exportações.
*com informações Agência Brasil
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