Américo Martins: Autoridades na Ásia se reuniram semanas antes da queda do regime de Bashar al-Assad


O governo russo confirmou nesta segunda-feira (09) que a decisão de conceder asilo político ao ex-presidente sírio Bashar al-Assad e sua família foi tomada pelo presidente Vladimir Putin. A informação vem à tona após a queda do regime de Assad na Síria, ocorrida na madrugada do último domingo (08).

Segundo informações, semanas antes da tomada de poder pelos rebeldes, os ministérios das Relações Exteriores da Rússia, Irã e Turquia se reuniram no Catar para discutir a transição política na Síria. Entre os temas abordados, estava o oferecimento de exílio para Assad.

Apesar da confirmação sobre o asilo, o Kremlin mantém silêncio sobre o paradeiro específico do ex-líder sírio. A situação marca uma derrota significativa para a Rússia e o Irã, principais apoiadores do regime de Assad durante anos de guerra civil.

Cenário incerto na Síria

A queda do regime de Assad deixa a Síria em uma situação extremamente volátil. Diversos grupos rebeldes, com ideologias e apoios internacionais distintos, agora disputam o controle do país. Há preocupações sobre a possibilidade de conflitos entre essas facções, similar ao ocorrido na Líbia após a queda de Muammar Gaddafi.

O grupo rebelde HTS (Hayat Tahrir al-Sham), considerado o mais forte entre os que chegaram à capital Damasco, surge como potencial formador de um novo governo. No entanto, há temores de que uma administração liderada por eles possa ter tendências fundamentalistas.

A Rússia, por sua vez, busca manter suas bases aérea e naval em território sírio, obtidas através de um acordo com o governo de Assad. As negociações com os rebeldes para a manutenção dessas instalações serão cruciais para os interesses russos na região.

Diante da instabilidade, vários países, incluindo o Brasil, já iniciaram a retirada de seus diplomatas de Damasco. A medida é vista como prudente, dado o risco de escalada da violência na capital síria nos próximos dias.

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