O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, elevou as tensões no Oriente Médio ao declarar que seu país atacará Israel novamente “se preciso for”. A afirmação foi feita durante um discurso proferido nesta sexta-feira (4) em Teerã, aumentando as preocupações sobre uma possível escalada do conflito na região.
Segundo o analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o discurso de Khamenei “só inflama ainda mais os ânimos” no Oriente Médio. Martins destaca que, embora o Irã não tenha interesse em uma guerra aberta contra Israel, o líder supremo precisa manter um discurso mais duro para preservar sua credibilidade interna e junto aos grupos apoiados pelo país.
Justificativa e potencial retaliação
O governo iraniano tenta justificar seus ataques invocando um suposto direito de defesa, apesar de Israel não ter atacado diretamente o Irã. Recentemente, o país lançou cerca de 200 mísseis contra o território israelense, uma ação que Khamenei classificou como “legal’ e ‘defensiva”.
Contudo, essa postura agressiva do Irã pode levar a uma retaliação por parte de Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e militares do país já afirmaram que Israel tem capacidade de atingir qualquer alvo no Oriente Médio, tendo inclusive realizado bombardeios próximos a locais onde o Irã tenta desenvolver armas nucleares.
Consequências e preocupações
A escalada da tensão entre Irã e Israel gera preocupações sobre a estabilidade da região. Américo Martins ressalta que, apesar da retórica agressiva, o Irã está ciente do poderio militar israelense e das dificuldades que enfrentaria em um conflito aberto.
No entanto, o discurso de Khamenei mantém acesa a chama do conflito, alimentando a incerteza sobre os próximos passos de ambos os lados. A comunidade internacional observa atentamente, temendo que essa guerra de palavras possa se transformar em um confronto mais amplo e devastador para toda a região do Oriente Médio.