A posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, marcada para 10 de janeiro, deve enfrentar forte oposição dos Estados Unidos, segundo o analista sênior de Internacional da CNN Américo Martins.
De acordo com o especialista, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deve adotar uma postura mais incisiva em relação à Venezuela durante seu segundo mandato.
“No mínimo, nós vamos ver muita pressão dos americanos com relação ao Nicolás Maduro”, afirmou Américo.
Sanções e diplomacia
Embora Trump tenha cogitado uma intervenção militar em seu primeiro mandato, Américo considera essa opção improvável agora.
“Ninguém tem cogitado a possibilidade de uma ação militar, por exemplo, mas a gente pode esperar ainda mais sanções comerciais e financeiras contra o regime do Maduro”, explicou.
O analista ressaltou que qualquer ação efetiva contra Maduro dependerá do envolvimento de países vizinhos, especialmente Colômbia e Brasil.
Ambos os países não reconheceram a vitória de Maduro nas eleições, consideradas fraudulentas por observadores internacionais.
Papel das forças armadas
Américo também comentou sobre o recente apelo do opositor Edmundo González às Forças Armadas venezuelanas para que apoiem uma transição de poder.
Segundo o analista, esse pedido tinha poucas chances de sucesso, já que os militares são o “principal pilar de sustentação do Maduro”.
“Qualquer mudança na Venezuela vai necessariamente ter que passar pelas Forças Armadas, porque o regime do Chávez anteriormente e do Maduro hoje trouxeram os militares para dentro do poder”, explicou Américo.
O especialista alertou para a possibilidade de novos episódios de violência nos próximos dias, especialmente durante a posse de Maduro.
“Tem tudo para acabar em violência isso”, concluiu, citando as manifestações já convocadas por ambos os lados do conflito político.