O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou sua renúncia ao cargo e à liderança do Partido Liberal nesta segunda-feira (6), após nove anos no poder.
A decisão surpreendeu muitos, mas já era esperada por alguns observadores políticos devido a uma série de crises que vinham desgastando sua imagem.
Segundo o analista sênior da CNN Américo Martins, a impopularidade crescente de Trudeau e as brigas internas dentro do partido teriam levado à antecipação da renúncia.
“Trudeau já vinha enfrentando um grande desafio em termos de popularidade, a popularidade dele vem caindo bastante nos últimos meses”, afirmou Américo.
Crises e desafios enfrentados por Trudeau
Entre os fatores que contribuíram para a queda de Trudeau, destacam-se:
- Ameaças recentes de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses;
- Renúncia de aliados importantes, incluindo a ministra das Finanças;
- Pesquisas de opinião desfavoráveis ao Partido Liberal;
- Desgaste após nove anos no poder;
- Conflitos internos no Partido Liberal.
Segundo Américo, a forma como Trudeau lidou com as ameaças de Trump teria sido um ponto crucial.
Sua abordagem conciliatória foi mal recebida por muitos canadenses e membros do partido, que esperavam uma postura mais firme em defesa dos interesses nacionais.
Legado e futuro político do Canadá
Apesar dos recentes desafios, Trudeau deixa um legado significativo.
Durante seu mandato, ele se destacou como um líder progressista, implementando políticas de inclusão social, igualdade de gênero e acolhimento a imigrantes.
Seu gabinete foi notável pela diversidade, refletindo a composição multicultural do Canadá.
Com a renúncia de Trudeau, o Partido Liberal agora enfrentará uma disputa interna pela liderança.
O próximo líder do partido assumirá temporariamente como primeiro-ministro até as eleições, que devem ocorrer ainda este ano.
Há expectativas de que os conservadores possam conquistar o poder, dada a atual conjuntura política.
A saída de Trudeau marca o fim de uma era na política canadense e abre espaço para uma possível mudança na direção do país, membro importante do G7 e reconhecido por suas políticas progressistas no cenário internacional.
