O analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna comentou o resultado da eleição presidencial na Venezuela, afirmando que o regime de Nicolás Maduro já tinha um plano para incriminar a oposição. Segundo Sant’Anna, a sequência de acontecimentos deste domingo (28) demonstrou uma estratégia bem articulada por parte do governo.
De acordo com Lourival, o regime procurou desenhar um “crime perfeito”, no qual o governo comete o crime e acusa os opositores de tê-lo cometido. Sant’Anna destacou que esta tática foi evidenciada pelos pronunciamentos coordenados do presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso, seguido pelo próprio Maduro.
Acusações de terrorismo e tensão política
O analista revelou que o governo venezuelano acusou a oposição de terrorismo, alegando que esta teria derrubado o site do Conselho Nacional Eleitoral. Sant’anna ressaltou que este é um expediente comumente utilizado por regimes autoritários para alterar os números de votações, algo que ele já presenciou em eleições anteriores na Venezuela.
A situação política no país é descrita como extremamente crítica e delicada. Diplomatas estrangeiros em Caracas teriam circulado informações sobre um possível plano do regime para silenciar a oposição, que poderia incluir um apagão no país, prisões em massa de líderes opositores e até mesmo a expulsão de alguns deles.
Mobilização da oposição e repressão governamental
Diante deste cenário, líderes da oposição como María Corina Machado e Edmundo González estão tentando mobilizar a população para grandes assembleias. A estratégia, segundo Sant’Anna, seria organizar manifestações tão grandes que o regime não teria condições de dispersar.
No entanto, o analista pondera que esta é uma estratégia de difícil sucesso, dado o nível de preparação do regime. Maduro já teria enviado um recado duro à população, alertando que não tolerará manifestações nas ruas.
O clima de tensão e preocupação domina o país, com as próximas horas sendo cruciais para determinar o rumo do terceiro mandato de Nicolás Maduro. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos desta crise política na Venezuela.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)
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