O Hamas decidiu não participar das negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, complicando ainda mais as perspectivas de um acordo entre o grupo palestino e Israel.
Segundo o analista de Internacional Lourival Sant’Anna, o assassinato de Ismael Ranier, líder político do Hamas, em Teerã, criou um grande obstáculo para a participação do grupo nas conversações.
Sant’Anna explica que o atual líder político do Hamas, que também exerce função militar, está escondido na Faixa de Gaza, impossibilitando sua participação direta nas negociações.
O analista sugere que o objetivo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao autorizar o assassinato de Ranier, era postergar qualquer solução para o conflito.
Impasse político em Israel
O gabinete de Netanyahu é composto por ministros radicais que rejeitam qualquer cessar-fogo.
O analista destaca que o governo israelense poderia cair se Netanyahu aceitasse uma trégua, conforme proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
As exigências do Hamas nas negociações incluem a retirada das forças israelenses das áreas urbanas de Gaza, seguida por uma saída total.
Por outro lado, Israel impôs condições relacionadas à libertação dos reféns, dividindo o processo em fases.
Sant’Anna ressalta que não há perspectiva de um acordo no momento, devido à falta de interesse político por parte de Netanyahu e à radicalização do Hamas após a morte de Ranier.
O cenário atual indica um prolongamento do conflito, com ambos os lados mantendo posições inflexíveis.
Compartilhe: