O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou um reforço militar e realizou uma significativa mudança no alto comando das Forças Armadas bolivarianas, conforme avaliou o analista de internacional Lourival Sant’anna no CNN Prime Time desta quarta-feira (16).
De acordo com Sant’anna, Maduro substituiu os comandantes de todas as forças militares, incluindo Exército, Marinha, Força Aérea, além dos chefes de Inteligência, Contra Inteligência Militar e da Polícia.
Alguns dos oficiais removidos estavam na lista de sanções dos Estados Unidos por obstrução de eleições justas e crimes contra a humanidade.
Consolidação de poder e lealdade
As mudanças parecem ser uma estratégia de Maduro para colocar em posições-chave pessoas menos expostas às sanções internacionais e mais leais a ele e a Diosdado Cabello, recentemente nomeado ministro do Interior e da Justiça.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, que publicamente jurou lealdade a Maduro após as eleições, foi mantido no cargo.
Sant’anna observa que Maduro parece estar seguindo o “roteiro de Vladimir Putin”, buscando se perpetuar no poder e criando um “inimigo imaginário”.
Neste cenário, a Guiana poderia desempenhar um papel similar ao da Ucrânia para a Rússia: um país vizinho, próspero, pró-ocidental e militarmente inferior.
Tensões com a Guiana e possíveis consequências
Ao criar um ambiente de ameaça, mesmo sem uma invasão real, Maduro estabelece condições para potencialmente impor leis mais duras e perseguir opositores com maior vigor.
O analista ressalta que essa estratégia permite ao líder venezuelano se apresentar como o “único protetor possível” para a Venezuela.
Embora não seja certo se isso levará a uma invasão efetiva da Guiana, a retórica de Maduro já cria um ambiente propício para medidas mais autoritárias, justificadas pela suposta situação de ameaça externa.