As recentes medidas tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem levar a uma desestabilização global a longo prazo, avaliou a analista de Internacional Fernanda Magnotta durante o CNN 360° desta terça-feira (4).
A União Europeia (UE) já sinalizou estar preparada para “negociações difíceis” com os Estados Unidos em resposta às tarifas impostas por Trump. Essa postura defensiva da UE reflete a preocupação com os possíveis impactos econômicos das medidas protecionistas americanas.
Prós e contras da estratégia de Trump
Fernanda Magnotta destaca que, no curto prazo, as medidas de Trump podem trazer benefícios eleitorais, como a reenergização de alguns setores da economia americana e o incentivo ao consumo de produtos nacionais. No entanto, a longo prazo, os efeitos podem ser negativos.
“Os efeitos de mais longo prazo é criar, de alguma maneira, uma grande desestabilização global”, afirma a analista. Ela aponta que pode haver retaliações, instabilidade nos mercados financeiros e pressão inflacionária, afetando consumidores em diversos países, incluindo os Estados Unidos.
Impactos globais e alternativas
A especialista alerta que, diferentemente do passado, os Estados Unidos não são mais a única potência global. Países como a China podem se tornar alternativas atraentes para nações que buscam parceiros comerciais, potencialmente enfraquecendo a posição americana no cenário internacional.
Para o Brasil, a situação apresenta tanto oportunidades quanto riscos. O país pode se beneficiar suprindo demandas não atendidas devido às tarifas, mas também pode sofrer consequências por ser membro dos Brics, grupo visto com desconfiança por Trump.
A analista conclui que o desafio para países como o Brasil é manter o equilíbrio e o pragmatismo nas relações com Estados Unidos e China, buscando extrair o melhor dessas relações a longo prazo, sem importar conflitos geopolíticos para sua própria economia.