O analista internacional da CNN Lourival Sant’Anna revelou detalhes sobre um sofisticado ataque atribuído a Israel contra o grupo extremista Hezbollah no Líbano. A operação, que resultou na explosão de pagers (ou ‘bipes’) utilizados por membros do grupo, causou a morte de 9 pessoas e feriu cerca de 3 mil.
Segundo Lourival, o uso de pagers pelo Hezbollah tem origem na guerra do Líbano de 2006, quando Israel rastreava as comunicações do grupo por meio de celulares.
Para evitar interceptações, o Hezbollah optou por utilizar esses dispositivos de comunicação mais antigos, que funcionam por radiofrequência.
Planejamento meticuloso e tecnologia avançada
O analista destaca a ousadia e o planejamento minucioso da operação. Acredita-se que Israel tenha interceptado um carregamento de pagers destinado ao Hezbollah, provavelmente importados da China, e inserido explosivos potentes nos dispositivos.
A ação teria sido cuidadosamente planejada, aguardando que o uso dos pagers se consolidasse entre os membros do grupo antes de ativar os explosivos.
Lourival ressalta que o serviço secreto israelense, o Mossad, possui um histórico de operações semelhantes. Ele cita exemplos anteriores, como o assassinato de Yahya Hayash, do Hamas, em 1996, por meio de um telefone celular explosivo, e a morte do cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh em 2020, utilizando uma metralhadora acionada remotamente.
Reações e implicações diplomáticas
O ataque gerou reações internacionais, incluindo um questionamento do Brasil sobre a validade desse tipo de ação. Lourival observa que Israel provavelmente indagará sobre a ausência de comunicados do Itamaraty em relação aos bombardeios frequentes do Hezbollah contra o norte de Israel.
A operação evidencia a escalada das tensões entre Israel e o Hezbollah, com Israel anunciando recentemente sua intenção de intensificar as ações contra o grupo. O incidente também destaca a complexidade do conflito no Oriente Médio e os desafios enfrentados pela comunidade internacional na busca por uma solução pacífica para a região.