Aneel vai intimar Enel por novo apagão em SP e fala até em fim da concessão

CNN Brasil


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que vai intimar a Enel a apresentar justificativas para o novo apagão em São Paulo, ocorrido entre a noite da sexta-feira (11) e o início deste sábado (12), e propor “adequação” do seu serviço de distribuição.

Segundo o posicionamento da Agência, a proposta de adequação será analisada por diretoria colegiada e caso a empresa não apresente “solução satisfatória e imediata da prestação do serviço” será instaurado processo de recomendação da caducidade da concessão junto ao Ministério de Minas e Energia (MME).

A CNN procurou a Enel para que comentasse a posição. Até a publicação desta reportagem não houve resposta. A concessão à distribuidora vai até 2028.

Ao todo 2,6 milhões de consumidores ficaram sem energia com as chuvas e ventania ocorridas, sendo 2,1 milhões na área de concessão da Enel. Na manhã deste sábado, cerca de 1,6 milhão de clientes ainda estavam sem luz.

A Enel diz que acionou um plano de emergência e conta com aproximadamente 800 equipes nas ruas. Ao longo do dia, 2,5 mil técnicos devem ser mobilizados.

Ao todo, foram fornecidos 500 geradores para pontos considerados críticos. A companhia também afirmou que conta com dois helicópteros percorrendo as linhas de alta tensão para localizar problemas em áreas de difícil acesso.

Em coletiva mais cedo, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa não tinha prazo para o restabelecimento total da energia.

Ministério pede que Aneel cobre Enel

O MME (Ministério de Minas e Energia) informou que estabeleceu uma sala de situação para o apagão e pediu que a Aneel cobre a Enel para reestabelecer a energia.

A nota da pasta, além de indicar problemas “reiterados” na área de concessão da Enel, sobe o tom contra a Agência, que afirma “falhar na fiscalização da distribuidora”.

“Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há um ano pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da Aneel junto aos órgãos de controle”, escreveu.



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