O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou à Jordânia nesta quinta-feira (12) para reuniões urgentes após o colapso do governo sírio.
Blinken se encontrará com o Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, e o Rei Abdullah, enquanto a região e os Estados Unidos lidam com as potenciais repercussões da queda repentina do regime de Bashar al-Assad.
O secretário planeja discutir o apoio americano a uma “transição inclusiva, liderada pela Síria, para um governo responsável e representativo”.
Ele também promoverá os quatro princípios que os Estados Unidos esperam de uma transição e de um novo governo.
“Compromissos claros para respeitar totalmente os direitos das minorias, facilitar o fluxo de assistência humanitária a todos os necessitados, impedir que a Síria seja usada como base para o terrorismo ou represente uma ameaça aos seus vizinhos e garantir que quaisquer estoques de armas químicas ou biológicas sejam protegidos e destruídos com segurança”.
Blinken prometeu pela primeira vez na terça-feira (10) que os EUA “reconhecerão e apoiarão totalmente” um novo governo sírio que seja escolhido pelo povo sírio de forma inclusiva e transparente e que cumpra esses princípios.
O secretário pediu que “todas as nações apoiem um processo inclusivo e transparente e se abstenham de interferência externa”.
Blinken e os líderes jordanianos também esperam discutir a situação mais ampla na região, incluindo esforços para um cessar-fogo e um acordo sobre reféns em Gaza.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.