Ataques aéreos israelenses matam pelo menos 38 palestinos em Gaza


Ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza mataram pelo menos 38 palestinos nesta quarta-feira (11). A maior parte das mortes aconteceu em um disparo a um prédio em Beit Lahiya, no extremo norte do enclave, disseram médicos.

O ataque matou pelo menos 22 pessoas, incluindo mulheres e crianças, disseram autoridades de saúde. Parentes listaram os nomes dos mortos nas redes sociais.

Mais de 30 pessoas moravam no prédio de vários andares antes que ele fosse atingido. Vários familiares estavam desaparecidos enquanto as operações de resgate continuavam durante a manhã, informou a agência de notícias palestina WAFA.

O exército israelense disse à Reuters que realizou um ataque contra militantes do Hamas perto do Hospital Kamal Adwan, localizado entre Beit Lahiya e Jabalia, cidades no norte de Gaza sob cerco israelense há dois meses.

Os militares disseram que estavam examinando as informações, mas descreveram o número de fatalidades relatadas por médicos e pela mídia palestina como “impreciso” e em desacordo com as informações do exército.

Nas proximidades de Beit Hanoun, também parte da área sitiada, médicos disseram que um ataque aéreo israelense deixou vários mortos e feridos, sem dar um número exato de vítimas. Equipes de resgate disseram que várias pessoas ficaram presas sob os escombros.

Mais cedo nesta quarta-feira (11), pelo menos sete palestinos foram mortos e vários outros ficaram feridos em um ataque aéreo israelense a uma casa no campo de Nuseirat, no centro de Gaza, disseram médicos à Reuters.

O Serviço de Emergência Civil Palestino e médicos disseram que outras nove pessoas foram mortas em três ataques aéreos israelenses separados contra duas casas e uma multidão na Cidade de Gaza, incluindo a jornalista Eman Al-Shanti, seu marido e três dos filhos do casal.

Al-Shanti foi o 193º jornalista morto por Israel desde o início da guerra de Gaza em outubro de 2023, disse a União Palestina de Jornalistas.

Comandantes do Hamas mortos em ataques

Em um comunicado, o exército israelense disse que matou em ataques aéreos separados dois comandantes armados do Hamas que assumiram um papel de liderança no ataque transfronteiriço de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadeou a guerra.

O relatório disse que um dos dois, Fahmi Selmi, era um comandante sênior da unidade de elite do Hamas que teria operado de dentro de uma antiga escola no subúrbio de Zeitoun, na Cidade de Gaza, no momento do ataque aéreo, cujo momento não foi divulgado.

Os militares disseram que o segundo homem, Salah Dahman, que serviu como chefe da unidade de parapente do Hamas na área de Jabalia, foi morto em um ataque aéreo na semana passada.

Mais cedo na quarta-feira (11), o exército israelense disse que dois foguetes foram disparados do centro da Faixa de Gaza contra Israel, mas caíram em áreas abertas e não causaram feridos.

Os disparos demonstraram a capacidade do grupo palestino de continuar a realizar ataques com foguetes, apesar de 14 meses de devastadoras ofensivas aéreas e terrestres israelenses.

Citando lançamentos de foguetes da área, o exército israelense ordenou que os moradores do campo de Al-Maghazi, no centro de Gaza, deixassem o local. Ele os instou a seguir em direção a uma zona humanitária designada perto da costa do Mediterrâneo.

Autoridades palestinas e da ONU dizem que não há áreas seguras no território amplamente devastado. Israel diz que danos a civis são uma consequência de integrantes do Hamas se escondendo entre eles, uma acusação que o grupo palestino nega.

Os combates se concentraram no norte densamente urbanizado, onde forças blindadas israelenses operam em Beit Hanoun, Beit Lahiya e Jabalia desde 5 de outubro.

Israel diz que está lutando para impedir que integrantes do Hamas se reagrupem e retomem ataques dessas áreas. Autoridades palestinas e moradores acusam Israel de tentar despovoar a área para criar uma zona de proteção ao longo do extremo norte do território costeiro, o que Israel nega.

Israel e o Hamas estão em guerra desde que o Hamas realizou uma incursão relâmpago na fronteira com o sudoeste de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses.

O ataque desencadeou a campanha militar de Israel contra o Hamas em Gaza, que matou mais de 44.800 palestinos e deslocou a maior parte da população de 2,3 milhões, segundo autoridades de saúde de Gaza.



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