Os ataques israelenses no Líbano são tremendamente revoltantes e perigosos, disse Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, nesta segunda-feira (23). Ele destacou que expressou opinião própria, não em nome do governo brasileiro.
Falando a repórteres em Nova York, Amorim ressaltou o risco de que o conflito se desenvolva para uma “guerra total” e lembrou que há muitos brasileiros morando no Líbano.
O ex-chanceler também comentou a detonação de dispositivos de comunicação na semana passada, ressaltando que poderiam “explodir na mão de uma criança brasileira”.
Centenas de pagers e walkie-talkies explodiram no Líbano, matando dezenas de pessoas e deixando milhares de feridos. A CNN apurou que Israel esteve por trás do ataque com pagers, mas o país não comentou diretamente os casos.
Plano de retirada de brasileiros
Os ataques israelenses desta segunda-feira são os mais mortais desde a guerra de 2006 com o Líbano.
Celso Amorim citou a retirada de brasileiros da região na época, confirmando que o Itamaraty desenvolveu um plano para repetir a operação atualmente.
“Tenho certeza que o Itamaraty já está planejando alguma coisa nesse sentido. Tenho certeza mesmo, porque já ouvi dizerem”, observou.
A CNN entrou em contato com o Itamaraty para questionamentos sobre recomendações a brasileiros no Líbano e em Israel e se há plano de retirada, mas não houve resposta até a última atualização desta matéria.