O atrativo de Bonito onde banhistas foram mordidos por peixes foi liberado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Agora, a lagoa artificial do local pode ser usada parcialmente pelos frequentadores.
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Os ferimentos causados pelos peixes foram registrados na Praia da Figueira, que estava interditada desde o mês passado.
O Imasul autorizou a reabertura parcial após a instalação de barreiras para evitar a entrada de peixes médios e grandes na área de banho, incluindo o bar molhado e a tirolesa. Além disso, o atrativo deverá vistoriar as áreas antes de receber o público, diariamente. Outras atividades no lago artificial seguem suspensas.
Há ainda preocupação de que os peixes que atacaram os banhistas invadam o Rio Formoso.
“Quando vimos que estava ocorrendo um grande número de ataques de peixes, oficiamos os órgãos ambientais para saber se aqueles peixes estavam ali de forma regular, se havia licenciamento (…) para que eles se desloquem até os atrativos e verifiquem se esses peixes são exóticos ou não. Se forem nativos, vamos ter que adotar outra postura. Se forem exóticos, terão que ser retirados com urgência. O ponto principal é a segurança das pessoas, dos turistas. Já tivemos casos de dedos amputados. Outro ponto que nos preocupa é a possibilidade de esses peixes exóticos, híbridos ou invasores migrarem para o Rio Formoso. Isso pode afetar a fauna local”, destaca Alexandre Estuqui Júnior, promotor de Justiça.
Outra grande preocupação é em relação ao turismo local, já que os casos ganharam repercussão nacional.
“Por mais que seja apenas um atrativo, um caso isolado, a informação circula por todo o Brasil. Então, há preocupação com a imagem. Estamos nos atualizando, nos posicionando, porque [Bonito] acabou de ser certificado como destino carbono neutro, altamente responsável”, explica Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur-MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul)
Atrativo foi interditado
A Praia da Figueira foi interditada no fim de março, depois que turistas relataram ataques de peixes durante o banho. Em 2025, já foram registrados quase 30 incidentes; no ano passado, foram 64 ocorrências.

“O Imasul exigiu que fizéssemos uma barreira de contenção, uma barreira física, para que os peixes não conseguissem adentrar a área de banho dos turistas. Então, essa contenção foi feita na sexta-feira passada. No fim de semana, o Imasul fez uma vistoria na lagoa e constatou que está tudo certo com a barreira”, afirma o proprietário, Rafael Braga.
O dono do local também reforçou que a espécie encontrada na lagoa é o pacu, e que os peixes teriam sido adquiridos com documentação legal.
“Esses peixes foram comprados com nota fiscal, documentação, laudo técnico, tudo certinho, do projeto Pacu, no Mato Grosso do Sul. Então é da espécie pacu, da região da Bacia do Mato Grosso do Sul”.