A atividade dos drones fez com que autoridades fechassem o espaço aéreo sobre uma das bases mais críticas da Força Aérea dos Estados Unidos por quase quatro horas na sexta-feira (13) e no início do sábado (14), segundo um porta-voz da base e um aviso aos pilotos publicado em um site federal.
Bob Purtiman, chefe de assuntos públicos da 88th Air Base Wing na Wright-Patterson Air Force Base em Ohio, relatou que o espaço aéreo permaneceu restrito por aproximadamente quatro horas desde a última sexta-feira até o início do sábado, enquanto as autoridades monitoravam a situação, informou a WHIO, afiliada da CNN.
Os drones, chamados de “pequenos sistemas aéreos não tripulados”, estavam sendo monitorados por unidades da base, afirmou Purtiman ao WHIO. “Até o momento, a liderança da instalação determinou que nenhuma das incursões afetou os moradores da base, instalações ou ativos”, continuou ele.
Este fechamento do espaço aéreo foi relatado pela primeira vez pelo The War Zone no domingo (15).
A CNN procurou a Força Aérea para comentar, mas não recebeu resposta imediata.
A atividade na base de Wright-Patterson acontece em meio a uma série de misteriosos avistamentos de drones, principalmente no nordeste, que têm levantado alarmes entre os moradores e autoridades locais.
Atividades de drones em zonas militares crescem
Drones também foram vistos perto de outras instalações militares, incluindo o Arsenal Picatinny e a Estação de Armas Navais Earle em Nova Jersey, bem como infraestruturas críticas como reservatórios.
Além disso, os dispositivos foram identificados perto de locais militares dos EUA no exterior.
Em novembro, bases aéreas britânicas usadas pela Força Aérea americana relataram incursões de drones.
Autoridades confirmaram que os residentes ou a infraestrutura crítica não foram afetados, uma investigação sobre a origem está em andamento.
Os oficias têm pedido calma e enfatizado que não há evidências que sugiram que os avistamentos representam uma ameaça à segurança.
Wright-Patterson está a cerca de 8km fora da cidade de Dayton e é o lar dos comandos críticos da Força Aérea dos Estados Unidos, incluindo o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, que afirma estar procurando maneiras de combater “avanços tecnológicos que trazem ameaças ao nosso modo de vida” conforme um vídeo em seu site.
A animação em um vídeo sem data mostra uma imagem de um drone se aproximando do que parece ser um posto militar remoto dos EUA.
A base também abriga o Comando de Material da Força Aérea, que “realiza pesquisas, desenvolvimento, testes e avaliação, além de fornecer serviços de gerenciamento de aquisição e suporte logístico necessários para manter os sistemas de armas da Força Aérea prontos para a guerra”, segundo o site do comando.
Outra importante instalação no local é o Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial está no local, cuja missão é “descobrir e caracterizar ameaças aéreas, espaciais, de mísseis e cibernéticas”, também consta no site, acrescentando que o centro fornece “recursos únicos de coleta, exploração e análise não encontrados em outros lugares.”
Na aérea militar fica a sede do 655º Grupo de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, que supervisiona 14 esquadrões de inteligência espalhados pelo país.
O Museu Nacional da Força Aérea dos EUA, é mais uma das instalações de Wright-Patterson, que abriga algumas das aeronaves mais importantes da história, incluindo o Bockscar, o bombardeiro B-29 que lançou a bomba atômica em Nagasaki, no Japão.
A importância da base de Wright-Patterson
Em outro aceno à história, Wright-Patterson foi o lar das negociações de paz de 1995 que resultaram nos Acordos de Paz de Dayton entre a Iugoslávia, a Bósnia-Herzegovina e a Croácia, que encerraram uma guerra de três anos e meio na Bósnia.
A base de cerca de oito mil acres é uma das maiores que a Força Aérea mantém no mundo, com mais de 38 mil funcionários militares, civis e contratados. É também o maior empregador de um único local no estado de Ohio, segundo o site oficial.
As autoridades estão pedindo a qualquer um que observe atividade suspeita de drones que denuncie à polícia ou segurança local.
Como o movimento dos drones atraiu atenção significativa da mídia, o ex-agente especial de supervisão do FBI Tom Adams sugeriu à CNN que avistamentos recentes podem ser influenciados por comportamentos que reproduzidos, devido a do caso.
“Acho que estamos olhando para algumas coisas diferentes. Primeiro, acredito que provavelmente há alguns avistamentos legítimos de drones por moradores em alerta e autoridades policiais em Nova Jersey”, explicou Adams na sexta-feira (13).
Rob D’Amico, ex-chefe da unidade anti drone do FBI, disse à CNN que mais de 90% dos relatados de drones voando são provavelmente aeronaves tripuladas ou objetos naturais identificados incorretamente, enquanto o aumento na atividade dos dispositivos está criando confusão e expondo lacunas críticas na segurança do espaço aéreo.
“O que você está vendo agora é que as pessoas estão começando a pilotar drones… para causar mais caos ou para procurar seus próprios drones”, afirmou D’Amico. “Eles precisam começar a contar às pessoas e a outros funcionários do governo o que estão realmente fazendo, o que estão vendo, com mais transparência.”
Tanto o Departamento de Segurança Interna quanto as autoridades locais continuam investigando os avistamentos relatados, tentando determinar a natureza das aeronaves.