Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis, aponta dossiê


Um dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou nesta segunda-feira (27) que o Brasil continua sendo um dos países mais letais para essa comunidade, diante das 122 mortes registradas em 2024.

O levantamento indicou que houve uma redução de 16% em relação ao ano anterior, mas que pelo 16º ano consecutivo, o país é o que mais assassina pessoas trans e travestis no mundo.

A pesquisa apontou que o perfil das vítimas em sua maioria são de jovens, pretas, pobres e nordestinas. E que a expectativa de vida dessa população é de até 35 anos.

Entre os elementos comuns compartilhados por essas vítimas é que a maioria das mortes são de mulheres trans, os crimes ocorrem majoritariamente em locais públicos, como ruas desertas e à noite. Além disso, os casos acontecem em sua maioria com uso excessivo de violência e requintes de crueldade.

Outro ponto citado no dossiê, é a dificuldade para analisar esses casos, pois dificilmente as autoridades no momento de identificação das vítimas oficializam as mortes como devidamente casos de pessoas transexuais ou travestis.

Panorama regional: onde a transfobia mata mais

O dossiê detalha os número de mortes em cada região do Brasil:

  • São Paulo liderou o número de assassinatos de pessoas trans no Brasil, com 16 casos registrados.
  • Seguido por Minas Gerais que ocupou a 2ª posição, com 12 ocorrências.
  • Depois temos o Ceará, que contabilizou 11 casos. E o Rio de Janeiro que ficou na 4ª posição, com 10 assassinatos.
  • A Bahia, Mato Grosso e Pernambuco registraram 8 casos cada, enquanto Alagoas apresentou 6 ocorrências.
  • Os estados do Maranhão, Pará e Paraíba contabilizaram 5 assassinatos cada, seguidos por Piauí e Rio Grande do Sul, com 4 casos cada.
  • No Espírito Santo e Santa Catarina houveram 3 assassinatos cada, enquanto Goiás, Rondônia e Sergipe registraram 2 casos cada.
  • O Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Paraná registraram 1 assassinato cada.
  • Nos estados do Acre, Rio Grande do Norte e Roraima não foram encontrados registros de assassinatos em 2024.
  • Houve ainda um assassinato no exterior.
  • Além disso, foi identificado 1 caso cuja localização não pôde ser determinada.
  • Políticas públicas para evitar novos casos
  • A presidente da Antra, Bruna Benevides, afirma que apesar da diminuição dos homicídios é necessário políticas públicas mais efetivas para o combate à violência contra a comunidade trans.

“Precisamos de ações concretas e efetivas para erradicar a transfobia, incluindo ações educacionais e políticas transversais, destinação de recursos e mecanismos de denúncia e acesso à justiça. Queremos que o estado passe a contabilizar as violências e produzir informações sobre a comunidade trans nas secretarias e órgãos da segurança pública, nos sistemas de justiça e que sejam feitas ações de fortalecimento das instituições sociais e estratégias de promoção da cidadania e dos direitos trans”, destacou.



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