Brasileiros na Europa enfrentam transtornos por causa de apagão cibernético

CNN Brasil


Brasileiros que estão no exterior enfrentam problemas decorrentes do apagão, causado por um problema com a empresa de segurança cibernética CrowdStrike.

A falha causou transtornos em diversos aeroportos europeus, atrasando a viagem de muitos passageiros. É o caso do gerente de vendas Danilo Susano, morador de Brasília, que tinha um voo de Lisboa, em Portugal, até Amsterdam, na Holanda.

O turista brasileiro contou à CNN que chegou ao aeroporto da capital portuguesa duas horas antes da previsão de decolagem, chegou a despachar as malas e entrar em um ônibus para ser levado ao avião.

“E o estranho foi que a gente chegou a começar o embarque, então as pessoas entraram no ônibus para seguir até o avião e eles (funcionário da companhia) pediram para a gente retornar do ônibus, então todo mundo ficou meio sem entender o que estava acontecendo e a gente retornou para o saguão do aeroporto”, relatou Susano.

Segundo o brasileiro, só minutos depois do ocorrido, a empresa explicou o motivo do atraso do voo e comunicou aos presentes que estavam com um problema no sistema devido ao apagão cibernético global. Aos poucos, segundo ele, algumas pessoas foram sendo realocadas.

“A gente foi realocado num voo às 14h local, algumas pessoas saíram num de meio-dia e algumas pessoas chegaram a pegar voucher de hotel, então acho que eles não conseguiram realocar todo mundo nos voos do dia”, completou o gerente de vendas.

Danilo Susano conseguiu embarcar, juntamente de sua companheira, neste voo do início da tarde no horário local. “A gente infelizmente acabou perdendo um passeio que faria à noite em Amsterdam, então impacta um pouco na viagem, mas pelo menos a gente vai conseguir chegar lá hoje, então é torcer para não ter mais atraso’, concluiu.

O turista chegou a registrar a situação do painel de voos no aeroporto em Lisboa, que apontava atrasos e cancelamentos. Veja:

Danilo Susano/Arquivo Pessoal

Também em Portugal, a paulista identificada como Livia, que mora na cidade do Porto, enfrentou dificuldades em seu local de trabalho.

A brasileira trabalha no call center de uma empresa do setor de turismo. Segundo ela, os atendentes ficaram do lado de fora da sala de trabalho, enquanto lideranças e especialistas e tecnologia da informação atuavam para recuperar o sistema.

“Quem estava em casa conseguiu trabalhar então, o pessoal do work from home salvou a operação”, relatou a brasileira.

A operação no call center, que deveria começar às 8h foi iniciada por volta das 11h45.

Transtornos na Itália

O brasileiro Ronaldo Lemos, advogado e presidente da comissão de Tecnologia e Inovação da OAB-SP, conversou com a CNN diretamente do Aeroporto de Roma, capital da Itália. “Aqui a situação é de caos, todos os voos foram cancelados e ninguém sabe o que fazer”, relatou ele.

O advogado conta que o aeroporto começou a esvaziar, porque as pessoas começaram a desistir de viajar e esperar. Segundo ele, outro problema gerado no aeroporto está relacionado às bagagens. Ninguém sabe para onde elas foram, uma vez que, em alguns casos, estavam endereçadas para o destino final.

A companhia aérea chegou a comunicá-lo sobre o cancelamento de voos. Ronaldo Lemos narra que foi pedido para que ele se dirigisse ate o guichê da empresa, onde aguarda por cerca de três horas.

Ainda de acordo com o advogado, cada pessoa na fila demora cerca de trinta minutos para ser atendida no guichê. “Nem os próprios funcionários da companhia sabem muito bem o que fazer”, lamenta.

O jornalista Enzo Kfouri está em Florença, na Itália, com a namorada. Ele se dirigiu à  estação par apegar um trem com destino à capital do país e encontrou um ambiente confuso.

“Completo caos chegando na estação. Muita gente indo para de um lado a outro, portões fechados, muita gente em fila de espera e um movimento caótico, mais do que normal”, reportou Kfouri.

O jornalista brasileiro reclamou da falta de informações aos passageiros diante dos atrasos dos trens para deixarem a plataforma.

“Muita gente com mala e sem informação esperando os painéis atualizarem. Tinham trens que estavam 80 a 100 minutos atrasados, principalmente para os principais destinos aqui na Itália. Roma, Napoli, Salerno e Calabria são as zonas com problemas”, contou.

Enzo Kfouri gravou a movimentação intensa no terminal de trens italiano. Assista:



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