Calor extremo aumenta mortalidade no Rio de Janeiro, diz pesquisa

CNN Brasil


As altas temperaturas no Rio de Janeiro estão relacionadas ao aumento da mortalidade na cidade, indicou uma pesquisa realizada por um doutorando da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).

O risco é maior para idosos e pessoas com algumas doenças preexistentes, como diabetes e hipertensão, além de Alzheimer, insuficiência renal e infecções do trato urinário.

No estudo, desenvolvido pelo doutorando João Henrique de Araújo, foram analisados todos os 466 mil registros de mortes naturais entre 2012 e 2024, além de mais de 390 mil óbitos provocados por 17 causas – 12 delas tiveram alta considerável da mortalidade para idosos no calor extremo.

Os dados foram analisados conforme a classificação de Níveis de Calor (NC) do Protocolo de Calor da Prefeitura do Rio. Os níveis variam de 1 a 5 e indicam os riscos e ações que devem ser tomadas.

O nível de Calor 4, quando a temperatura é superior a 40°C durante quatro horas ou mais, levou a uma alta de 50% na mortalidade por doenças como hipertensão, diabetes e insuficiência renal entre idosos, segundo a pesquisa.

Já no caso do nível 5, com temperatura igual ou superior a 44°C por pelo menos duas horas, o mesmo aumento é observado e agravado conforme o aumento de horas. 

“O estudo confirma que nesses níveis extremos definidos no protocolo o risco a saúde é real”, detalhou o autor do estudo.

O estudo cita a morte da jovem Ana Clara Benevides após passar mal antes do show da cantora Taylor Swift em novembro de 2023 no Rio de Janeiro. Naquele dia, o índice de calor na cidade ficou acima de 44 °C por oito horas.

No dia seguinte a morte da jovem, foi registrado outro recorde: 151 mortes de idosos por causas específicas.

Emergência Climática

O doutorando alertou para os efeitos das mudanças climáticas e necessidade de adaptação das cidades, citando as ações tomadas na capital fluminense.

“Espera-se que ações tomadas no Protocolo de Calor do Município do Rio, como disponibilização de pontos de hidratação e resfriamento, adaptação de atividades de trabalho, comunicação constante com a população e suspensão de atividade de risco em níveis mais críticos sejam difundidas e adotadas também em outros municípios.”

O problema é global, já que 2024 foi o primeiro ano a ultrapassar a marca de 1,5°C de aumento na temperatura média do planeta em relação aos níveis pré-industriais, segundo o Copernicus, Programa de Observação da Terra da União Europeia.

Alta nos atendimentos médicos pelo calor

A cidade do Rio de Janeiro está em meio a uma onda de calor, com temperaturas próximas dos 40 °C.

O secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, afirmou neste domingo (16) que, cerca de 3 mil pessoas foram atendidas com problemas relacionados ao calor no mês de janeiro.

O titular da pasta acrescenta que a maior preocupação é com crianças e idosos, já que, segundo ele, eles têm menos sensação de sede. O secretário informou que dois bebês já foram internados neste ano com problemas também relacionados a alta nas temperaturas.

“A gente teve internação de dois bebês por estarem com roupas em excesso e já desidratados. É Importante principalmente as mães de primeira viagens estarem atentas.”, acrescentou.

* Sob supervisão



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