Caseiro preso em operação teria sido ‘subcontratado’ por PM para matar advogado


Um dos seis presos nesta quinta-feira (6) durante a Operação Office Crimes: A Outra Face é um caseiro supostamente contratado para assassinar o advogado Renato Gomes Nery, em julho de 2024, em Cuiabá. Além dele, cinco policiais militares também foram presos.

Arma utilizada para assassinar o advogado Renato Nery (Foto: Nathalia Okde)

Segundo a Polícia Civil, um dos policiais alvos da operação foi contratado para executar o advogado e ele quem “subcontratou” o caseiro de uma propriedade no Bairro Capão Grande, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.

A operação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), com base nas provas reunidas ao longo da investigação.

O crime

O advogado Renato Nery, de 72 anos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), foi atingido por sete disparos na manhã de 6 de julho de 2024, ao chegar ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Correa da Costa, no bairro Areão, em Cuiabá.

Câmeras de segurança captaram o momento em que um homem, já à espera da vítima, efetuou os disparos e fugiu em uma motocicleta vermelha. Nery foi socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

As investigações da DHPP indicam que o crime pode estar relacionado a disputas por áreas de alto valor imobiliário em Mato Grosso. Renato Nery era reconhecido por sua atuação em processos de regularização fundiária e litígios envolvendo propriedades, o que pode tê-lo tornado alvo de interesses econômicos.

A operação deflagrada nesta quinta-feira marca uma nova etapa da apuração e, segundo a Polícia Civil, busca aprofundar o envolvimento dos suspeitos e esclarecer a motivação completa do crime.

O assassinato de Renato Nery teve grande repercussão nos meios jurídico e político de Mato Grosso. A OAB-MT cobrou rigor nas investigações e manifestou apoio à operação, enfatizando a necessidade de punição dos responsáveis.

A família da vítima também se engajou na busca por justiça, chegando a instalar outdoors em Cuiabá para exigir a prisão dos envolvidos e cobrar respostas das autoridades.

Com as prisões realizadas, a Polícia Civil espera obter novas informações que ajudem a esclarecer totalmente o caso e levar tanto os mandantes quanto os executores do crime à Justiça.



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