Centenas de palestinos protestaram no norte de Gaza para exigir o fim da guerra e gritaram “Hamas é terrorista”, mostrou um vídeo de mídia social, em uma rara demonstração pública de oposição ao grupo militante que desencadeou a última guerra com seu ataque em Israel em 7 de outubro de 2023.
O norte da Faixa de Gaza tem sido uma das áreas mais devastadas. A maioria dos edifícios na área densamente povoada foi reduzida a escombros e grande parte da população se mudou várias vezes para escapar do conflito.
“Hamas é terrorista” gritavam aqueles vistos em uma das postagens publicadas no X, aparentemente da região de Beit Lahiya, em Gaza, na terça-feira (25).
Foi possível ver pessoas marchando por uma rua empoeirada entre edifícios danificados pela guerra.
As postagens começaram a circular amplamente na terça-feira à noite. A Reuters conseguiu confirmar a localização do vídeo por prédios, postes de serviços públicos e o traçado da estrada que correspondiam às imagens de satélite da área.
A data não foi verificável, mas vários vídeos de cenas semelhantes em Gaza também foram postados em 25 de março.
Em outras publicações, uma das faixas seguradas pela multidão dizia “Chega de guerras”, enquanto as pessoas gritavam “Não queremos guerra”.
Centenas de milhares de moradores que fugiram para o sul de Gaza no início da guerra, que matou mais de 50 mil palestinos até agora, retornaram para suas casas em ruínas no norte quando um cessar-fogo entrou em vigor em janeiro.
Agora, as ordens de saída israelenses depois que o país relançou sua ofensiva em 18 de março quebraram a trégua de dois meses, durante a qual o Hamas entregou mais reféns das cerca de 250 pessoas que o grupo capturou em seu ataque de 2023.
Os militantes também mataram mais de 1.200 pessoas naquele ataque.
Desde que Israel retomou seus ataques a Gaza, dizendo que seu objetivo era desmantelar completamente o Hamas, mais de 700 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas, de acordo com autoridades de saúde palestinas.
O Hamas assumiu o controle de Gaza em 2007 em eleições que varreram o grupo Fatah do presidente palestino Mahmoud Abbas.
O grupo governa o território desde então, oferecendo pouco espaço para oposição. Alguns palestinos expressam cautela sobre falar publicamente contra o grupo por medo de retaliação.
