China é maior ameaça militar e cibernética, diz inteligência dos EUA

CNN Brasil


A China continua a ser a principal ameaça militar e cibernética aos Estados Unidos, de acordo com um relatório das agências de inteligência dos EUA publicado nesta terça-feira (25). O documento disse que Pequim estava fazendo progressos “constantes, mas irregulares” nas capacidades que poderia usar para capturar Taiwan.

A China tem a capacidade de atingir os Estados Unidos com armas convencionais, comprometer a infraestrutura dos EUA por meio de ataques cibernéticos e atingir seus ativos no espaço, além de tentar desalojar os EUA como a maior potência de IA até 2030, segundo a Avaliação Anual de Ameaças da comunidade de inteligência.

A Rússia, juntamente com o Irã, a Coreia do Norte e a China, busca desafiar os EUA por meio de campanhas deliberadas para obter uma vantagem, com a guerra de Moscou na Ucrânia tendo proporcionado à Rússia uma “riqueza de lições sobre o combate às armas e à inteligência ocidentais em uma guerra de larga escala”, disse o relatório.

Divulgado antes do depoimento dos chefes de inteligência do presidente Donald Trump perante o Comitê de Inteligência do Senado, o relatório afirma que o Exército de Libertação Popular da China (ELP) provavelmente planeja usar modelos de linguagem para criar notícias falsas, imitar pessoas e habilitar redes de ataque.

“As forças militares da China estão desenvolvendo capacidades avançadas, incluindo armas hipersônicas, aeronaves furtivas, submarinos avançados, recursos mais fortes de guerra espacial e cibernética e um arsenal maior de armas nucleares”, disse a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, ao comitê, rotulando Pequim como o “concorrente estratégico mais capaz” de Washington

“É quase certo que a China tenha uma estratégia multifacetada em nível nacional projetada para desalojar os Estados Unidos como a potência de IA mais influente do mundo até 2030”, diz o relatório.

O diretor da CIA, John Ratcliffe, disse ao comitê que a China fez apenas esforços “intermitentes” para reduzir o fluxo de precursores químicos que alimentam a crise do fentanil nos EUA devido à sua relutância em reprimir as lucrativas empresas chinesas.

Trump aumentou as tarifas sobre todas as importações chinesas em 20% para punir Pequim pelo que ele diz ser seu fracasso em interromper as remessas de produtos químicos de fentanil. A China nega que esteja desempenhando um papel nessa crise, que é a principal causa de mortes por overdose de drogas nos EUA, mas a questão se tornou um importante ponto de atrito entre o governo Trump e as autoridades chinesas.

“Não há nada que impeça a China… de reprimir os precursores do fentanil”, disse Ratcliffe.

A embaixada da China em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A audiência do comitê foi ofuscada pelos senadores democratas que interrogaram Ratcliffe e Gabbard sobre as revelações de que eles e outras altas autoridades do governo Trump discutiram planos militares altamente confidenciais em um grupo do aplicativo de mensagens Signal que acidentalmente incluiu um jornalista americano.

Vários senadores republicanos concentraram seus questionamentos nos imigrantes ilegais nos EUA. O relatório de inteligência afirma que a imigração ilegal em larga escala prejudicou a infraestrutura dos EUA e “permitiu que terroristas conhecidos ou suspeitos entrassem nos Estados Unidos”.

Mas as preocupações dos EUA em relação à China dominaram cerca de um terço do relatório de 32 páginas, que afirma que o governo chinês está pronto para aumentar a coerção militar e econômica em relação a Taiwan, a ilha democraticamente governada que a China reivindica como seu território.

“O ELP provavelmente está fazendo progressos constantes, mas irregulares, nas capacidades que usaria em uma tentativa de tomar Taiwan e deter — e, se necessário, derrotar — a intervenção militar dos EUA”, diz o relatório.

Ainda assim, segundo o relatório, a China enfrenta desafios internos “assustadores”, incluindo corrupção, desequilíbrios demográficos e ventos contrários fiscais e econômicos que podem prejudicar a legitimidade do Partido Comunista no poder.

O crescimento econômico da China provavelmente continuará a desacelerar devido à baixa confiança dos consumidores e investidores, e as autoridades chinesas parecem estar se preparando para mais atritos econômicos com os EUA, segundo o relatório.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

São Paulo entra em período seco com aumento do risco de incêndios

O estado de São Paulo enfrenta um período de transição entre estações, marcado pelo clima…

Rússia impõe condições e acordo de cessar-fogo no Mar Negro é incerto

A Rússia e a Ucrânia concordaram nesta terça-feira (25) com o primeiro cessar-fogo por escrito…

Ladrão se esconde em telhado, mas é encontrado e preso pela PM no Ipiranga

Um homem foi preso após tentar se esconder no telhado de uma casa durante um…