A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 104% sobre os produtos importados da China. A medida, anunciada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt, entra em vigor à meia-noite desta terça, ou seja, passa a valer oficialmente a partir de quarta-feira (9).
A nova taxação representa um marco na crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do planeta. Para efeito de comparação: enquanto o Brasil é alvo de uma tarifa de 10% sobre exportações ao mercado americano, a China enfrentará um encargo dez vezes maior. A ofensiva foi articulada pelo presidente Donald Trump como parte de sua estratégia de endurecimento contra Pequim.
Durante coletiva de imprensa transmitida pelas redes sociais da Casa Branca, Leavitt reforçou o posicionamento do governo: “Elas [as novas taxas] entrarão em vigor à meia-noite de hoje. Então, efetivamente amanhã”, afirmou.
Mais cedo, a secretária havia criticado o governo chinês por se recusar a negociar com os EUA. “Países como a China, que escolhem retaliar e tentam redobrar os maus-tratos aos trabalhadores americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai quebrar”, declarou.
Na segunda-feira (7), Trump já havia ameaçado impor tarifas adicionais caso a China não recuasse. Ele acusou o país asiático de manter “abusos comerciais históricos” e prometeu elevar em mais 50% as tarifas que já somavam 54%, totalizando 104%.
A China, por sua vez, respondeu com medidas de retaliação: tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos, bloqueio comercial a 16 empresas dos EUA e restrições à exportação de minerais estratégicos, como as terras raras.
Em editorial publicado no domingo (6), o jornal estatal Diário do Povo, ligado ao Partido Comunista Chinês, afirmou que a China está pronta para enfrentar as consequências da guerra tarifária. “O céu não cairá por causa das novas barreiras comerciais”, escreveu o veículo.
A escalada eleva a tensão global e pode ter efeitos diretos sobre o comércio internacional, pressionando cadeias de suprimentos e aumentando custos de produtos em diversos países. A expectativa agora gira em torno dos próximos movimentos de Pequim e do impacto da medida sobre a economia global.
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