Os ataques de Israel aos escritórios do banco Qard al-Hassan, afiliado ao Hezbollah, foram alguns dos mais intensos desde o início da ofensiva israelense no Líbano, há mais de um mês.
Blocos residenciais inteiros chegaram a ser destruídos. Quase uma dúzia de ataques aéreos atingiram os subúrbios ao sul de Beirute. Um dos alvos ficava a apenas centenas de metros do único aeroporto comercial do país.
Israel disse que pretendia acabar com a rede financeira do Hezbollah como parte de uma tentativa de destruir a infraestrutura do grupo. Qard al-Hassan, segundo Israel, era o principal veículo pelo qual Hezbollah pagava os salários dos combatentes. No entanto, estes escritórios também oferecem empréstimos sem juros às famílias muçulmanas xiitas da classe trabalhadora.
Assim como acontece com muitas das instituições do Hezbollah, os serviços que alimentam as atividades do grupo também fornecem uma rede de segurança social para os civis xiitas em um Estado praticamente falido.
Dado que o Hezbollah está profundamente enraizado na comunidade muçulmana xiita, e no Líbano em geral, Israel aponta qualquer alvo relacionado com infraestruturas como algo prejudicial.
Mas, quanto mais os ataques de Israel se afastarem da estrutura militar do Hezbollah, mais os civis libaneses e o próprio Estado são afetados.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
Com informações da CNN e da Reuters