Com emenda russa, EUA vão contra Ucrânia e UE e propõem ação de paz na ONU


Os Estados Unidos propuseram, nesta sexta-feira (21), um rascunho de resolução das Nações Unidas para marcar o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia. A proposta coloca Washington contra um esforço de Kiev e aliados europeus para que seu próprio texto seja adotado na segunda-feira (24) pela Assembleia Geral.

O presidente dos EUA, Donald Trump, lançou uma tentativa de intermediar o fim da guerra na Ucrânia, provocando uma rixa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e levantando preocupações entre os aliados europeus de que Kiev e a Europa poderiam ser excluídas das negociações de paz.

O breve rascunho de resolução dos EUA de três parágrafos, visto pela Reuters, lamenta a perda de vidas durante o “conflito Rússia-Ucrânia” e reitera “que o principal propósito das Nações Unidas é manter a paz e a segurança internacionais e resolver disputas pacificamente”.

Ele também “implora um fim rápido para o conflito e pede ainda uma paz duradoura entre a Ucrânia e a Rússia“.

A Rússia propôs uma emenda, vista pela Reuters, a essa linha para que ela leia “implora um fim rápido ao conflito, inclusive abordando suas causas raízes, e ainda pede uma paz duradoura entre a Ucrânia e a Rússia”.

O embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vassily Nebenzia, descreveu o rascunho dos EUA como uma “boa jogada”. Um diplomata russo, falando sob condição de anonimato, disse que se a emenda da Rússia fosse adotada pela Assembleia Geral, Moscou votaria a favor da resolução dos EUA.

Nebenzia disse que foi informado pelos EUA antes que o rascunho fosse distribuído à Assembleia Geral de 193 membros.

A Assembleia Geral já está marcada para se reunir na segunda-feira para votar o texto elaborado pela Ucrânia e pela União Europeia (UE), que pede a redução da tensão, uma cessação antecipada das hostilidades e uma resolução pacífica em linha com a Carta fundadora da ONU e o direito internacional.

Os embaixadores da UE nas Nações Unidas se reunirão mais tarde nesta sexta-feira para discutir a ação dos EUA, disseram diplomatas.

A Ucrânia e a União Europeia têm negociado com os estados-membros da ONU desde o mês passado. As resoluções da Assembleia Geral não são vinculativas, mas têm peso político, refletindo uma visão global sobre a guerra. Nenhum país detém um veto na assembleia.

O texto ucraniano e da UE, visto pela Reuters, “reitera a necessidade urgente de acabar com a guerra neste ano e redobrar os esforços diplomáticos para reduzir os riscos de uma nova escalada e alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia”.

A linguagem dessa resolução parece ligeiramente atenuada em relação à ação anterior da Assembleia Geral. Ela adota uma abordagem menos direta em suas críticas à Rússia, simplesmente fazendo referência à “agressão”.

Isso se compara a uma resolução adotada logo após o início da guerra – com 141 votos a favor – que deplorou “nos termos mais fortes a agressão da Federação Russa”.

O texto ucraniano e da UE afirma a necessidade da implementação de resoluções anteriores da ONU que exigiam que a Rússia retirasse suas tropas do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia e insistiam que Moscou interrompesse as hostilidades.

A Assembleia Geral adotou seis resoluções sobre o conflito em seu primeiro ano, denunciando Moscou e exigindo que a Rússia retirasse todas as suas tropas. Uma resolução em outubro de 2022, que condenou a “tentativa de anexação ilegal” da Rússia de quatro regiões na Ucrânia, ganhou o maior apoio com 143 estados votando sim.



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