Com IA e redes sociais, adolescente articulava massacre em Cuiabá, diz delegado

O adolescente de 15 anos investigado na Operação Adolescência, deflagrada nesta sexta-feira (11), por disseminar ódio contra mulheres e planejar um atentado em Cuiabá já estava no radar da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) por outros conteúdos suspeitos na internet.

O delegado Gustavo Godoy explicou que ele manipulava imagens com inteligência artificial e, ao receber um novo alerta do Ministério da Justiça, a Polícia Civil conseguiu chegar até ele.

O alerta partiu do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), órgão ligado à Secretaria Nacional de Segurança Pública, que monitora redes sociais e ambientes virtuais em busca de ameaças e discursos de ódio.

“Ontem recebemos um relatório do Ciberlab informando que esse menor estava publicando ameaças graves. Como ele já era investigado, já tínhamos a qualificação e o endereço dele. Conseguimos pedir a busca ainda ontem, e o Judiciário autorizou de imediato”, relatou o delegado.

Durante as buscas, foram apreendidos o celular e o computador do adolescente. Parte do conteúdo já havia sido apagado, incluindo o perfil do Instagram, mas os dados foram preservados pela Meta e repassados ao Ministério da Justiça. O WhatsApp ainda estava ativo e será analisado pela perícia.

Segundo a investigação, o adolescente tinha como alvo uma ex-colega de escola, também menor de idade, e dizia que utilizaria as armas do pai – registradas legalmente – para cometer o ataque. “Ele dizia que mataria todas as mulheres e, no final, tiraria a própria vida”, afirmou Godoy. O conteúdo postado apontava para uma possível motivação ligada a uma desilusão amorosa.

Os pais relataram que o filho estava em tratamento psicológico e psiquiátrico, e que já haviam retirado as armas de casa, temendo algum tipo de surto. “A mãe nos contou que ele já havia agredido ela em momentos de discussão. Ela era contra o uso do celular justamente por conta do comportamento dele”, completou o delegado.

A Polícia Civil agora trabalha para identificar a vítima citada nas postagens e pode pedir medida protetiva. O adolescente será ouvido na próxima semana, assim como seus pais. As armas registradas em nome do pai foram apreendidas, e os registros suspensos pela Justiça como medida preventiva.

“Vamos reunir todas as informações, concluir o inquérito e remeter ao Ministério Público, que pode aplicar medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, como advertência, internação ou liberdade assistida”, finalizou Godoy.

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