Os agentes da Força Nacional e da Polícia Militar seguem de prontidão na região de conflito entre indígenas e produtores rurais, na zona rural de Douradina, a 191 quilômetros de Campo Grande. Pelo menos 11 pessoas já ficaram feridas nos confrontos ocorridos na terra Panambi-Lagoa Rica, local dos embates. Apenas uma indígena segue hospitalizado, apurou a reportagem.
Os conflitos ocorrem entre acampamento montado pelos fazendeiros e o território ocupado pelos indígenas.
Noite tensa
Nesta segunda-feira (5), os ânimos se acalmaram depois de mais uma noite de tensão.
Entre a noite desse domingo (4) e a madrugada desta segunda-feira (5), seis pessoas ficaram feridas em novo confronto. Entre os feridos, cinco são produtores rurais e uma vítima é indígena. As vítimas sofreram ferimentos superficiais e não quiseram ser encaminhadas ao atendimento médico.
No sábado (3), cinco indígenas da etnia guarani kaiowá também foram feridos com tiros de armas letais e de munição de borracha. Os atacados no sábado foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados. À reportagem, a instituição informou que apenas um indígena segue internado aguardando avaliação neurológica.
As vítimas são:
- 1 adolescente de 17 anos, que sofreu com disparo no pescoço;
- 1 jovem de 20 anos, que sofreu disparo na cabeça;
- 1 idosa, de 62 anos, que sofreu disparo nas costas;
- 1 adolescente de 16 anos, que sofreu disparos na região da cintura/nádegas;
- 1 jovem de 22 anos, que sofreu disparos na mão e no tórax
- 1 indígena, informações não repassadas.
A Força Nacional, o Batalhão de Choque e a Polícia Militar estão no local de conflito. De acordo com os representantes do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), a situação está controlada no momento e militares estão de prontidão.
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O conflito na região segue desde o dia 13 de julho, quando um indígena foi baleado na perna por uma bala de borracha. Enquanto indígenas afirmam serem donos ancestrais da área, fazendeiros alegam serem proprietários legais da terra.
Polícias Militar e Federal, representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), militares da Força Nacional e promotores do Ministério Público Federal (MPF) foram ao local de conflito. Mesmo com diversas reuniões, nenhum acordo foi firmado entre as partes.