Contra a tristeza invisível, olhar para o outro é vital até no trabalho


O número alarmante de pessoas que tiram a própria vida serve de alerta: a tristeza pode ser fata! Daí a importância do cuidado constante com a saúde mental, um processo que envolve autoconhecimento, predisposição individual e também coletiva, conforme explica a educadora corporativa e especialista em prevenção ao suicídio, Iracema Irigaray.

Iracema Irigaray durante palestra para os colaboradores da RMC. (Foto: Lidiane Moraes)

Neste 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a especialista explicou aos colaboradores da RMC (Rede Mato-Grossense de Comunicação), em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, como ajudar vítimas de um sofrimento profundo.

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De acordo com Iracema, na luta pela prevenção ao suicídio, é crucial estar atento ao outro.

“Precisamos prestar atenção no colega que tem uma predisposição à introversão. Como é você como amigo? Como é você como colega? Como é você como líder? Você consegue enxergar a sua equipe? Você consegue estar presente com qualidade?”

Iracema Irigaray.

É papel da rede de apoio acolher quem se vê diante de um sofrimento incapacitante, acrescenta a especialista.

“Quando você olha para uma pessoa e ela está nitidamente triste, não espere que ela fale com você. Vá e pergunte: ‘está tudo bem?’ Se a pessoa chega até você, pede ajuda, e você não pode ajudar, converse com alguém que possa te ajudar a ajudar. Não fique carregando esse peso sozinho. Precisamos nos responsabilizar uns pelos outros.”

Iracema Irigaray.

Funcionários da RMC assistindo palestra no Setembro Amarelo (Foto: Divulgação)
Funcionários da RMC assistindo palestra no Setembro Amarelo (Foto: Divulgação)

Ter consciência sobre a importância de manter a saúde mental em dia é a única forma de tentar barrar o alto número de suicídios no país, ressalta Iracema.

Só neste ano, 108 pessoas tiraram a própria vida em Mato Grosso do Sul, sendo 23 em Campo Grande, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul).

Em todo o ano passado, o número chegou a 165 vidas perdidas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), são mais de 700 mil mortes a cada ano, no mundo.

O assunto é delicado, mas deve ser tratado como uma questão de saúde pública.

Iracema chama atenção para os principais sinais que servem de alerta para a depressão e o suicídio.

Confira:

  • Alteração de humor
  • Afastamento
  • Eventos traumáticos
  • Melancolia evidente

Autoconhecimento

Iracema também explica que, tão importante quanto estar atento ao outro, é tentar se entender e ter consciência sobre a própria natureza.

“Precisamos saber quem somos; qual é o nosso estado natural; que momento de nossas vidas estamos vivendo hoje; e se estamos felizes com ele. Precisamos ter consciência desses aspectos. Precisamos ser mais responsáveis com o nosso próprio estado mental e emocional.”

Iracema Irigaray.

De acordo com Iracema, a busca pelo autoconhecimento deve ser constante, porque é através dele que é possível traçar um plano para superar uma tristeza profunda.

Busque ajuda

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Iracema Irigaray durante palestra para os colaboradores da RMC. (Foto: Lidiane Moraes)

Se abrir com um amigo, buscar ajuda profissional, praticar atividades físicas e “se nutrir do que faz bem”, são alguns dos “antídotos” para o sofrimento que não cessa, explica a especialista.

“Felicidade exige um plano de ação. E o plano de ação é o antídoto da desesperança porque falamos muito, mas fazemos pouco.”

Iracema Irigaray.

Buscar construir boas relações também é uma forma de prevenir o adoecimento mental.

“Eu não posso não cultivar laços, não cultivar amizades, não cultivar um ambiente de trabalho saudável, porque, na hora em que eu adoecer, são nessas pessoas que eu vou me agarrar.”

Iracema Irigaray.

Setembro Amarelo

A palestra com a especialista faz parte das ações que a RMC preparou para o mês de setembro, ressaltando a importância de se cuidar da saúde mental.

Quer conversar?

Em Campo Grande, o GAV (Grupo Amor à Vida), que existe há 23 anos, conta com cerca de 100 voluntários e oferece atendimentos gratuitos através do telefone 0800 750 5554, disponível das 7h às 23h.





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