Legisladores da Coreia do Sul discutiram na sexta-feira (6) um pedido de investigação especial feito pelo promotor, sobre alegações de traição em relação à declaração de lei marcial, feita pelo presidente Yoon Suk Yeol.
“A recente declaração de lei marcial de Yoon não pode estar livre das suspeitas de violar a Constituição e cometer atos de traição”, afirmou o chefe do Comitê de Legislação e Judiciário da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, Jung Chung-rae, durante a reunião.
A declaração de lei marcial de Yoon na noite de terça-feira (3) visou consolidar o poder, proibir a atividade política e censurar a mídia.
O ato provocou indignação nas ruas e preocupação entre os aliados internacionais da Coreia do Sul. O ministro da Defesa, que recomendou a medida, renunciou ao cargo.
Após a discussão de sexta-feira do Comitê Judiciário, espera-se que o pedido de investigação seja processado na sessão plenária da Assembleia Nacional no dia 10 de dezembro, relatou a mídia local.
Esse é mais um desdobramento do cenário político coreano desde o decreto de lei marcial no país. Horas depois, o Parlamento votou para bloqueá-lo.
Yoon disse que não tinha escolha a não ser adotar a medida, a fim de salvaguardar a ordem livre e constitucional, afirmando que os partidos da oposição tornaram o processo parlamentar refém para lançar o país em uma crise.
Também justificou a decisão como essencial para proteger as liberdades e a segurança do povo, garantir a sustentabilidade do país e passar uma nação estável para as gerações futuras.
“Declaro a lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças anti-Estado norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”, pontuou o presidente.
Desde o veto, o país tem enfrentado inúmeros protestos, renúncias no governo e pedidos de impeachment de Yoon.