O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, que os legisladores votaram pelo impeachment e foi indiciado por acusações criminais por declarar lei marcial em dezembro passado, foi liberado da detenção nesta sexta-feira (7).
Yoon está detido desde que foi preso em janeiro sob acusações de liderar uma insurreição — uma das poucas acusações criminais das quais o presidente não tem imunidade.
No entanto, o Tribunal Distrital Central de Seul cancelou nesta sexta-feira o mandado de prisão, permitindo a libertação do presidente afastado, segundo uma decisão judicial revisada pela CNN.
Na decisão, o tribunal afirmou que o crime de insurreição não está incluído na jurisdição do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Grau (CIO) — a agência que havia solicitado o mandado de prisão contra Yoon.
O tribunal também alegou que era questionável se a acusação de insurreição foi apresentada após o término do período de detenção do réu. Portanto, cancelou o mandado de prisão para “garantir clareza processual e eliminar dúvidas sobre a legalidade do processo de investigação”, informou.
Quaisquer outras “controvérsias legais” não resolvidas durante o julgamento criminal podem “servir como fundamento para anulação em um tribunal superior e também podem fornecer fundamentos para um novo julgamento, mesmo depois de um período significativo de tempo ter passado”, acrescentou.
A corte agora enviará a decisão ao centro de detenção — que afirmou esperar libertar Yoon até o final desta sexta-feira (7) após receber os documentos.
Os advogados do presidente afastado elogiaram a decisão, afirmando em uma declaração que o tribunal havia “definido corretamente, declarando o que são leis e princípios”, e que a decisão mostrou que “o Estado de direito está vivo neste país”.
Crise política na Coreia do Sul
A decisão aumenta a incerteza que gira em torno das várias batalhas legais de Yoon e do futuro político do país.
O governo da Coreia do Sul está em desordem há meses, com o parlamento também votando pelo impeachment de seu primeiro-ministro e do presidente em exercício anterior.
As acusações criminais do político são separadas de seu julgamento de impeachment.
A mais alta jurisdição do país, a Corte Constitucional, deve decidir nas próximas semanas se mantém o impeachment ou o reintegra ao cargo.
A decisão desta sexta-feira significa que Yoon agora pode aguardar o veredito do impeachment em casa, em vez de detido.
Sua esperada libertação sem dúvida desanimará a oposição do país — mas será comemorada por apoiadores, muitos dos quais se reúnem regularmente do lado de fora do centro de detenção desde janeiro.
Kwon Young-se, presidente do Partido do Poder Popular de Yoon, elogiou a decisão do tribunal, chamando-a de “um momento importante para confirmar que o estado de direito e a justiça da República da Coreia estão vivos”.
Ele acrescentou que esperava que o Tribunal Constitucional “fizesse uma decisão justa e imparcial baseada unicamente em valores constitucionais” durante o julgamento de impeachment.