Cruz Vermelha alerta para agravamento da situação humanitária na Colômbia

CNN Brasil


O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou nesta quinta-feira (27) que a deterioração da situação humanitária na Colômbia atingiu seu ponto mais crítico nos últimos oito anos em 2024.

Segundo a instituição, a intensificação de hostilidades, o aumento do controle de grupos armados sobre a população civil e o crescente desrespeito ao Direito Internacional Humanitário aumentaram “de forma alarmante os riscos à vida, à integridade e à dignidade de milhares de pessoas”.

Outros problemas apontados pela Cruz Vermelha foram o uso de dispositivos explosivos, os deslocamentos, confinamentos e ataques à rede de assistência à saúde.

“Nos territórios, o medo de sofrer as consequências dos conflitos armados e da violência é cotidiano. Homicídio, desaparecimento, violência sexual e recrutamento, uso e utilização de crianças e adolescentes são alguns dos riscos enfrentados pelas comunidades”, destaca Patrick Hamilton, chefe da delegação da Cruz Vermelha na Colômbia.

A Colômbia registrou o aumento das disputas territoriais entre grupos armados, que acabaram se dividindo e se reconfigurando após o fim das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Na quarta-feira (26), por exemplo, um ataque envolvendo uma motocicleta com explosivos feriu 11 pessoas no sudoeste do país, informou a Polícia Nacional Colombiana.

O ministro da Defesa colombiano, Pedro Sánchez, atribuiu o ataque aos grupos Jaime Martínez e Dagoberto Ramos, dissidentes das Farc.

Entre os maiores riscos listados pela Cruz Vermelha estão:

  • o recrutamento, uso e utilização de crianças e adolescentes
  • violência sexual
  • a presença, o uso e o abandono de dispositivos explosivos
  • a falta de respeito aos princípios que regem a condução das hostilidades
  • e o tratamento inadequado de pessoas civis

Segundo o relatório Desafios Humanitários 2025, a instituição registrou que 719 pessoas ficaram feridas ou foram mortas por minas antipessoais, resíduos explosivos de guerra, dispositivos lançados e de detonação controlada.

O número representa aumento de 89% em relação ao ano anterior, além de ser o mais alto nos últimos oito anos.

Ao todo, 482 pessoas feridas ou mortas pelos dispositivos explosivos eram civis, 163 eram da força pública e 74 de grupos armados.

Além disso, o relatório destaca que 117.697 pessoas foram incluídas no Cadastro Único de Vítimas por causa de deslocamento individual em 2024.

Também foram documentados 252 novos casos de desaparecimento relacionados com os conflitos armados e a violência, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Com base no agravamento da situação humanitária na Colômbia, a Cruz Vermelha destacou a obrigatoriedade de se respeitar o direito internacional humanitário e pediu que as partes em conflito a tomarem medidas imediatas para proteger a população civil.

Entretanto, a organização ressaltou que “o ano de 2025 não apresenta um panorama animador, e o modo como o aumento das hostilidades pode continuar afetando a população civil nos preocupa”.

“Sem compromissos claros das partes do conflito armado, o futuro pode ser ainda mais preocupante”, alerta a Cruz Vermelha.



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