Tieta volta às telas da Globo nesta segunda-feira (2). A novela foi uma das mais assistidas da história da TV brasileira. No “Vale a Pena Ver de Novo”, a obra de 1989 retorna em formato original semanalmente.
Novela foi lançada com protagonista em outra obra
Quando a novela começou, Betty Faria, protagonista da trama, ainda estava gravando outra produção. Por conta disso, a entrada de sua personagem só ocorreu no capítulo 20. A atriz revelou que foi ela mesma quem negociou a compra dos direitos da obra de Jorge Amado, Tieta do Agreste. Na época, Betty mencionou que a intenção era transformar a história em uma minissérie, mas o projeto não seguiu adiante.
Tieta foi gravada às pressas
A novela foi produzida de maneira acelerada. Ela entrou na grade de programação para “tapar o buraco”, já que a novela Barriga de Aluguel, de Gloria Perez, estava inicialmente prevista para a faixa das 20h. No entanto, os planos da Globo mudaram, e Barriga de Aluguel foi remanejada para a faixa das 18h. Com isso, a equipe teve que correr contra o tempo para colocar Tieta no ar no horário nobre.
Ator nu em cenas
Em duas cenas específicas, o ator Cássio Gabus Mendes, que interpretou o personagem Ricardo, aparece nu. Em uma delas, o personagem mergulha em um açude, e na outra, ele aparece pelado após ter suas roupas roubadas. Um clássico das novelas!
Novela fala do AI-5
Um detalhe pode passar despercebido por alguns, mas o primeiro capítulo da novela é marcado pela expulsão de Tieta da fictícia cidade de Santana do Agreste pelo pai, Zé Esteves. A cena, em que Tieta é abandonada pela família por seu comportamento considerado imoral, faz uma referência ao momento de maior repressão durante a Ditadura Militar.
Em entrevista, o autor da obra, Aguinaldo Silva, explicou que a cena simboliza a volta da liberdade de expressão na teledramaturgia brasileira. Após expulsar a filha de casa, o pai de Tieta retorna à residência e arranca o dia do calendário: “Faz de conta que esse dia nunca aconteceu”.
O dia marcado no calendário é 13 de dezembro de 1968, data em que foi promulgado o Ato Institucional 5 (AI-5). O AI-5 é considerado uma das principais medidas de repressão da ditadura militar e resultou em consequências como o aumento da repressão política, o fechamento do Congresso Nacional e das Assembleias Estaduais, além da supressão de direitos civis e políticos.