Delegado diz que padrasto matou adolescente em Cuiabá para punir a mãe

O delegado Guilherme Bertoli, que investiga a morte de Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, na terça-feira (22), em Cuiabá, afirmou, que a motivação do crime foi passional. Benedito Anunciação Santana não aceitava o fim do relacionamento com Suellen de Alencastro Arruda e quis atingi-la, matando a filha dela.

“O crime foi motivado por poder mesmo. Ele queria manter o poder sobre a vítima e quando viu que estava perdendo, matou a filha para atingir a mãe, já que Heloysa era a pessoa que Suellen mais amava”, afirmou o delegado.

Heloysa teve o corpo jogado em um poço de aproximadamente nove metros de profundidade em uma área de mata, onde também foram localizados itens roubados da casa.

Suspeita de estupro

Ainda de acordo com o delegado, o corpo de Heloysa tinha sinais de violência sexual, e que o crime teria sido cometido quando a vítima ainda estava viva. Ainda não há informações de quais envolvidos participaram da violência sexual.

O caso é investigado como feminicídio consumado, roubo majorado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Crime premeditado

A investigação aponta que o crime foi premeditado e executado pelo padrasto da vítima, com apoio do filho dele, Gustavo Benedito Júnior, de 18 anos, além de dois adolescentes.

O grupo teria se passado por assaltantes para disfarçar a execução e agrediu também a mãe da vítima, que sobreviveu.

Segundo as investigações, o próprio Benedito deixou os criminosos na porta da casa.

A simulação de um roubo com sequestro mobilizou equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e do Bope, que em menos de 24 horas prenderam ou apreenderam todos os envolvidos.

Segundo a polícia, o crime teria como motivação principal a vontade do padrasto de matar tanto a enteada quanto a companheira, que acabou sendo poupada após intervenção de uma amiga que estava com um bebê.

Histórico

Benedito, ex-servidor público e ex-acólito da Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, já respondia por violência doméstica.

O histórico, de acordo com a Polícia Civil, é mais um elemento que fortalece a tese de reincidência em atos violentos contra mulheres. Mesmo diante das provas e da confissão do filho, ele nega participação no crime e tem demonstrado frieza durante os depoimentos.