Dengue: “2025 não será igual a 2024”, diz secretária do Ministério da Saúde


O Ministério da Saúde trabalha para conter o aumento de casos de dengue no Brasil. Na última quinta-feira (9), a pasta anunciou o Plano Nacional de Contenção para Dengue e outras Arboviroses, além de instalar o Centro de Operações de Emergência (COE).

Em entrevista à CNN, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, avaliou que o aumento de casos de dengue esperado para 2025 não se confirmou. “O que estamos vendo agora é que a subida (de casos) não aconteceu, felizmente. O quadro se assemelha mais a 2023 do que 2024”, afirmou.

Considerando dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do ministério, nas duas primeiras semanas de 2023 o Brasil tinha 26.978 casos de dengue, com 18 mortes pela doença.

No mesmo período de 2024, o país registrou 112.956 casos com 102 mortes confirmadas. Em 2025, até esta quinta-feira (16), foram registrados 52.938 diagnósticos de dengue, com quatro mortes confirmadas. Outras 56 estão sob investigação. “Não é um aumento explosivo, como vimos no ano passado”, avaliou Maciel.

A secretária disse, no entanto, que o ministério acompanha com atenção a volta do sorotipo 3 da dengue, fora de circulação desde 2008. “2025 não será igual a 2024. Mas, nós temos um elemento de alerta que é o sorotipo 3, que não estava circulando nos anos anteriores. A gente está acompanhando o comportamento do vírus e fazendo alertas aos estados e municípios”, explicou.

Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente afirmou que alta de casos de dengue esperada para 2025 não aconteceu • Walterson Rosa/MS

Nas últimas semanas do ano passado, 40,8% dos casos de dengue foram provocados pelo sorotipo 3. Dados do ministério apontam uma maior circulação em São Paulo, Minas Gerais, Amapá e no Paraná.

O governo do Acre anunciou na semana passada que decretou emergência em saúde pública por conta de síndromes febris causadas, principalmente, por arboviroses. Uma equipe do Ministério da Saúde foi para o estado, para prestar apoio.

Prevenção e combate

Durante a entrevista, a secretária Ethel Maciel destacou as ações do Ministério da Saúde, como a antecipação do “Dia D” da vacinação para 14 de dezembro de 2024, e a utilização da ciência e da tecnologia em favor do trabalho contra o mosquito Aedes Aegypti.

“A grande novidade é conseguir transpor aquilo que a gente tem de evidência científica e poder usar em saúde pública, como o método Wolbachia”, disse.

O “método Wolbachia” consiste em infectar alguns mosquitos aedes aegypti com uma bactéria que impede o desenvolvimento do vírus da dengue. Depois, os mosquitos são liberados para que se reproduzam, criando assim uma nova população de insetos já com a bactéria Wolbachia.

No ano passado, o método foi usado em três municípios. Em 2025, a estratégia será aplicada em 40 cidades. A secretária explica que a implementação depende de uma educação da sociedade, uma vez que neste método os mosquitos não podem ser mortos. “Tem todo um trabalho de educação comunitária, para receber o método. Todo um monitoramento dos mosquitos”, comentou.

A pasta também tem trabalhado com insetos estéreis, para diminuir a população de Aedes. Esse modelo é indicado para áreas em que é preciso baixo impacto ambiental. Segundo Maciel, a estratégia deve ser usada em áreas indígenas e, também, em Fernando de Noronha (PE).

Outra tática utilizada tem sido a instalação de EDL’s, as Estações Disseminadoras de Larvicidas. Nesse caso, são colocados aparelhos com água como uma espécie de “armadilhas” para as fêmeas. Na água é colocado inseticida, assim, a fêmea se contamina e leva o material para outras áreas.

Ainda de acordo com Ethel Maciel, a aposta do Ministério da Saúde tem sido o contato permanente com as secretarias estaduais e municipais. A secretária informou que a pasta tem um cronograma de visitas para apoios intensivos.

Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, as medidas visam melhorar a resposta nacional à doença, em especial, melhorar o sistema de saúde para receber os pacientes.

O Ministério da Saúde identificou que, no ano passado, parte das mortes registradas eram de pessoas que procuraram atendimento e não foram atendidas da melhor forma. “Muitas pessoas foram aos serviços de saúde muitas vezes, mas há um problema na condução de entender que aquele caso está ficando mais grave”, afirmou Maciel.

Por conta disso, foi reforçado o uso por parte dos agentes de saúde do aplicativo de classificação de risco para a dengue.



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