A Organização Não Governamental, Me Too Brasil, atua desde 2020 no país. A organização confirmou, nessa quinta-feira (5), que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. A CNN apurou que a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relatou assédio a integrantes do governo.
Ao menos quatro casos de assédio sexual foram levados ao Me Too. Também teriam sido feitas dez denúncias de assédio moral contra Silvio Almeida no Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. Uma das possíveis vítimas, Anielle Franco, não se manifestou publicamente sobre o caso.
A ONG emitiu um comunicado informando que as vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização. Afirmam também que essas pessoas receberam acolhimento psicológico e jurídico.
O que faz a Me Too
De acordo com a organização, vitimas de assédio frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas, sobretudo quando os agressores são figuras poderosas ou influentes.
A ONG se apresenta como “um movimento contra o assédio e o abuso sexual”, que tem como objetivo amplificar a voz das vítimas e prestar acolhimento e assistência para vítimas. Na descrição das missões do projeto, consta que se destina em “apoiar vítimas de violência sexual a romperem o silêncio”.
No site da organização, dados mostram que 250 atendimentos foram realizados desde 2020, sendo 120 encaminhamentos realizados. Cerca de 420 voluntários estão cadastrados no projeto.
Nas redes sociais do projeto, informações e notícias sobre casos de violência sexual são publicados. É possível encontrar conteúdos sobre minorias, divulgações de parcerias e depoimentos de voluntários.
A página contabiliza diversos posicionamentos sobre casos de grande repercussão, como a condenação de Gabriel Ferreira Mesquita, proprietário do bar Bambambã, na Asa Norte, em Brasília. A decisão do STJ sobre Mesquita foi analisada por especialistas como algo que pode mudar interpretação de estupro no Brasil. Veja.
Outro lado
O ministro dos Direito Humanos, Silvio Almeida, acionou a justiça e pediu explicações da organização Me Too pelas denúncias de assédio sexual que foram divulgadas. Por meio de uma interpelação judicial, a defesa do Ministro pede que as informações sejam enviadas em até 48 horas.
Silvio Almeida também encaminhou ofício à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que investiguem o caso.
“Diante da gravidade do teor das informações amplamente compartilhadas, reconhecendo que toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, é urgente que os fatos sejam cuidadosamente apurados e processados”, dizem os documentos.
Por meio de nota, o ministro Silvio Almeida diz “repudiar com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra” ele. Alegou ainda que as denúncias não têm “materialidade” e são baseadas em “ilações”. Afirma ainda que o objetivo das acusações são lhe “prejudicar” e “bloquear seu futuro”.