O assassinato de um empresário no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na última sexta-feira (8), chocou o país pela audácia dos criminosos. A desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), em entrevista à CNN Brasil, analisou o caso e suas possíveis conexões com facções criminosas.
Segundo a magistrada, o que mais chama a atenção neste crime é a ousadia dos perpetradores. “O que chama a atenção é essa audácia de dia, hora e local, em um crime que acabou vitimando três pessoas que na realidade não tinham nada a ver com isso, poderiam vitimar muito mais”, afirmou a desembargadora.
Ligações com o crime organizado
A vítima, um empresário cujo nome não foi divulgado, respondia por dois homicídios duplamente qualificados, um deles envolvendo um traficante conhecido como “Cara Preta”, uma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ivana David explicou que, de acordo com as informações disponíveis, o empresário teria desviado dinheiro da facção e delatado integrantes da organização criminosa.
“Ele é tido dentro da organização criminosa, dentro do estatuto da organização criminosa, como um delator, como alguém que desviou dinheiro da facção”, esclareceu a desembargadora. Ela acrescentou que, nos rigores das organizações criminosas, a punição para tais atos geralmente é a morte.
Histórico de ações ousadas
A magistrada lembrou que não é a primeira vez que o PCC realiza ações audaciosas. “Há anos atrás, essa mesma facção matou um juiz na saída do fórum no interior de São Paulo, também com essas características”, relembrou Ivana David, ressaltando o padrão de ousadia da organização criminosa.
O caso do tiroteio no Aeroporto de Guarulhos levanta preocupações sobre a segurança em locais públicos de grande circulação e a capacidade das facções criminosas de executar ações violentas mesmo em ambientes altamente vigiados. As autoridades seguem investigando o caso para identificar e capturar os responsáveis por este ato criminoso que chocou a população.
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