“Desprovida de legitimidade democrática“, diz governo do Chile sobre posse de Maduro

CNN Brasil


O governo do Chile publicou um comunicado nesta sexta-feira (10) em que afirma que a tomada de posse do presidente Nicolás Maduro na Venezuela “é desprovida de qualquer legitimidade democrática”, além de condenar “o aumento da repressão e da perseguição política” no país do chavista.

O Executivo insistiu, através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, que “o povo venezuelano tem o direito de decidir o seu próprio destino” e descreveu o processo eleitoral de 28 de julho de 2024, em que o órgão eleitoral venezuelano concedeu a vitória a Maduro, como “fraudulento”, “sem “os menores padrões de transparência e integridade”.

Como já fez em diversas ocasiões desde o início da crise venezuelana, o governo do progressista Gabriel Boric “exigiu o pleno respeito” pelos direitos humanos e o “restabelecimento” da ordem democrática e das liberdades fundamentais.

O próprio Boric descreveu, na véspera, o “regime” de Maduro como uma “ditadura”, depois de tomar conhecimento da prisão da líder da oposição María Corina Machado durante um grande comício em Caracas – ela foi liberada pouco depois.

“Não reconhecemos a fraude eleitoral perpetuada pelo governo Maduro, que até hoje continua a perseguir organizações ligadas à defesa dos direitos humanos e organizações ligadas àqueles que dele discordam”, acrescentou o presidente chileno.

Boric, que manteve uma posição muito crítica contra o líder chavista e desde o início denunciou abertamente uma “fraude” eleitoral na Venezuela, já tinha chamado o governo venezuelano de “ditadura” em agosto do ano passado, o que abriu uma crise interna no seu país entre a coalizão governamental e o Partido Comunista.

Maduro ordenou a saída da diplomacia chilena da Venezuela depois de Boric ter criticado o processo eleitoral e não o ter reconhecido como vencedor nas eleições presidenciais de julho, marcadas por uma polêmica contagem de votos que vários países e representantes políticos acusaram de fraudulenta, incluindo o candidato da oposição Edmundo González Urrutia, que reivindica sua vitória.



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