Donald Trump está realizando neste sábado (20) o primeiro comício após ter sofrido uma tentativa de assassinato e também após ter sido oficializado como candidato do Partido Republicano à Presidência. O evento acontece no estado do Michigan.
O empresário foi introduzido por JD Vance, candidato a vice-presidente na chapa republicana.
“Embora ele fosse um incorporador imobiliário de Nova York, ele sabia instintivamente o que este país precisava e como colocar os interesses dos cidadãos deste país em primeiro lugar”, disse Vance sobre Trump.
O senador de Ohio ainda criticou Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, durante breve fala.
“Kamala Harris disse algo como se eu não tivesse lealdade a este país. Bem, eu não sei, Kamala, eu servi no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e construí um negócio. O que diabos você fez além de receber um cheque?”, disse Vance.
Em resposta, Trump disse que Vance “será um vice-presidente fantástico”, e acrescentou que o escolheu porque ele é “a favor do trabalhador”.
O ex-presidente dos Estados Unidos também abordou o atentado que sofreu, ressaltando: “Eu não deveria estar aqui. Certamente alguma coisa especial aconteceu”.
Ele também pontuou que continua rezando pela recuperação dos feridos no ataque e relembrou o bombeiro que morreu, destacando que “ele um herói e nunca será esquecido”.
Esse é o primeiro comício após a Convenção Nacional do Partido Republicano, na qual Trump foi oficializado como candidato para as eleições presidenciais de 2024.
No evento, o ex-presidente fez um discurso de mais de 1h30 e, no comício deste sábado, destacou que a convenção foi marcada pela união.
Promessas sobre imigração
No comício deste sábado, Trump retomou a retórica anti-imigração. O ex-presidente afirmou que se for eleito que vai realizar “a maior operação de deportação de imigrantes ilegais” da história do país.
Trump alega que o crime caiu 72% na Venezuela porque supostamente os criminosos do país imigraram para os EUA. O republicano não apresentou nenhuma evidência ou fonte para sustentar seus argumentos.
Trump sobre Biden
Seguindo a retórica do colega de chapa, Trump voltou parte da sua fala para questionar o rumo da candidatura democrata.
Desde o debate presidencial organizado em junho pela CNN, o atual presidente dos EUA passou a sofrer pressão por parte dos democratas e dos doadores de sua campanha para que desista da corrida eleitoral. O questionamento é voltado à sua capacidade de vencer o pleito e de seguir mais quatro anos à frente da nação.
“Eles [democratas] não fazem ideia de quem será o candidato deles”, disse Trump, em um momento que se questiona se Biden seguirá como o candidato democrata, ou se será substituído.
“Esse cara [Joe Biden] conseguiu os votos das primárias e agora querem tirar dele. Como vocês veem, o Partido Democrata não é o partido da democracia. Eles são os inimigos da democracia. Eles dizem que sou uma ameaça à democracia, mas eu respondo ‘o que eu fiz pela democracia?’ Tomei um tiro por ela.”
Primeiro comício pós-atentado
Durante a Convenção Republicana, Trump apareceu com uma bandagem branca, deixando evidente o curativo na orelha. Na ocasião, diversos simpatizantes imitaram o gesto do ex-presidente.
Neste sábado, Trump subiu ao palco usando um curativo menor, de cor bege. Mas ainda sim, os republicanos foram ao comício com símbolos remetendo ao atentado.
Muitos apoiadores vestem camisetas com a imagem de Trump com o punho no ar e dizendo aos seus eleitores para “lutarem”, enquanto agentes do Serviço Secreto o tiravam do palco.
Muitas das mesas de produtos do lado de fora do local em Grand Rapids, Michigan, estavam vendendo camisetas e botons com a imagem.
“Lute, lute, lute” – o que o ex-presidente gritou quando se levantou após ser baleado na orelha – se tornou um novo grito de guerra para os republicanos após a tentativa de assassinato.
O deputado Ronny Jackson, ex-médico da Casa Branca que cuida de Trump desde o tiroteio, disse em uma atualização no sábado que o ex-presidente está “bem” e “se recuperando como esperado” após sofrer um ferimento à bala na orelha.
Simpatia de autoridades
Trump disse que o presidente chinês Xi Jinping e outros líderes mundiais escreveram para ele após a tentativa de assassinato da semana passada.
“Eu me dei muito bem com o presidente Xi, que é um cara legal, ele me escreveu uma nota linda outro dia quando soube do que aconteceu”, disse o ex-presidente norte-americano.
“Mas eles me escreveram, quase todos eles me escreveram notas. Foi legal. Eu tenho um bom relacionamento com todos eles. Isso é uma coisa boa.”
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